domingo, maio 23, 2021

Em Maio comem-se as cerejas ao borralho

... mas tenta-se sair ao encontro da Natureza que despertou. Com todos os cuidados possíveis, alegram-se os olhos e os sorrisos acontecem. Ah... estão aqui, estão cá, os azuis, os verdes, o pequeno vento fresco da manhã clara e o forte vento da tarde brilhante. Assinalamos o crescimento das árvores, a grande paisagem esconde-se. Espalham-se as sementes e os pólens, reconhecem-se os lugares e cumprimentam-se as pessoas que de ano a ano vemos. Somos felizes por poder voltar aos lugares onde fomos felizes.










E o encanto de sempre. Porque se sente como um privilégio poder retornar aos lugares queridos. Mesmo com tantas contingências e temores, a terra floresce, os pássaros voam, o mar está ali, a claridade ah... a claridade do Sul! Encher o coração de sentimentos, de cores e sons. 

Duros foram os 7 meses de avanços e recuos, de vazios. Dizia eu um dia destes uma verdade que vou percebendo melhor: o vir para cá não é apenas a chegada, é a festa de passar as paisagens além dos rios, de cheirar os cheiros, de reconhecer a terra e o vasto Alentejo. Tão bom.

 

 


sábado, maio 01, 2021

Abril de coisas comuns, no PPP 2

As minhas escolhas semanais de fotos/temas, como sempre, são inúmeras. Preterindo umas, preferindo outras, sem razões que não sejam as do instante em que as olho.

Dia 15 – Ir ao jardim, tudo à beira Douro, à beira mar




“Passeio Alegre” recordando Eugénio de Andrade

Chegaram tarde à minha vida 

As palmeiras. Em Marraquexe vi uma

Que Ulisses teria comparado

A Nausicaa, mas só no jardim do Passeio Alegre

Comecei a amá-las. São altas

Como os marinheiros de Homero.

Diante do mar desafiam os ventos

Vindos do norte e do sul,

Do leste e do oeste,

para as dobrar pela cintura.

Invulneráveis – assim nuas.

(“Rente ao Dizer” 1992)

 Dia 22 – Andar na cidade


Já me custa até o esforço das palavras. Nas ruas vazias.

Mas o túnel pode ser passado... e o meu maior desejo é poder brincar fora de portas!



 
Dia 29 - Visitar um museu



Como disse A. no seu desafio anterior, tal qual eu me senti ao escolher as minhas propostas deste Abril: “fora de pé”, “lenha para me queimar”, sei lá… coisas que a gente faz sem querer. O certo é que me surgiram milhares de sugestões, jardins, cidades, museus, tudo aquilo que eu gosto de ver, fotografar e tratar. Decisões cheias de porquês.

Esta uma foto conhecida mas sempre misteriosa, do relógio e da vista de Paris, a partir do interior do Museu d’Orsay. Estação ferroviária do ano 1900, foi centro de acolhimento de prisioneiros e deportados, em 1945. O Museu só foi inaugurado em 1986.

***

E deixo todas as que me surgiram na ocasião dos "museus" e as minhas relevâncias do instante em que andei a escolher:

Foz Côa, em 2003, quando se visitou e nem havia museu, uma caminhada e lugares inesquecíveis




Acima e abaixo, fotos no "estrangeiro":




 
As meninas que fomos, "as três graças" que éramos




Gestos de ternura, que são os melhores que podemos ter!