Espaços
Terraços de olhar
Pedras e pastagens
e oliveiras onde a gente se pode encostar
e castelos esquecidos.
Tempo devagar.
Um até depois, de aqui.
sábado, maio 23, 2009
Re-ver
segunda-feira, maio 18, 2009
Livro com Dias
Espreitando, em anos recuados, a janela do meu blog de referência "Dias com Árvores", aprendi muitas coisas novas, lugares que imaginava e não tinha visto, a notar cantos que nunca tinha observado, a dar sentido ao meu amor pelas árvores e as pequenas flores dos muros.
Aprendi a relacionar-me com pessoas que não conheço, pelos gostos comuns, pela partilha.
Já aqui mencionei que "eles", o Paulo Araújo, a Maria e a Manuela, foram o meu ninho de aventuras por estas lides da blogosfera. Sem sequer os conhecer.
Mesmo depois de "ex-activo", ainda passo no "Dias..." a lavar os olhos, ou vou colher informação - que todos os textos estão primorosamente organizados por temas, citações, lugares, nomes.
Uma agradável surpresa ter recebido uma mensagem do Paulo a anunciar-me o lançamento - e o envio! - do seu livro, com alguns textos e fotos reunidos a partir do blog:
"A Árvore de Natal do Senhor Ministro" - Crónicas Arborescentes da Edições Afrontamento, Colecção Viver é Preciso
Ninguém me "encomendou o sermão" - e nem costumo referir comércios e publicidades!
Mas este ... não é mais um: para mim é único por ter nascido duma ideia - que tantas vezes me surge ao ver escrita e fotos de qualidade: tocar com os dedos o que está no espaço da mente.
(as fotos são do livro e tal qual as digitalizei, nos meus modos artesanais!)
terça-feira, maio 12, 2009
Que sei eu?
Do alvoroço das gaivotas?
E das estátuas, para sempre de olhos espantados?
É no lugar de grande banco - negócios imensos - grandes mentiras.
E as casas de janelas abertas pelo podre que as invade?
Que sei eu de casas a cair e casas-fortes que se desenvolvem em paredes de vidro?
Que sei eu de dinheiro, taxas de juro, heranças, desavenças que esboroam as pedras e abandonam as paredes?
Nada sei que não me seja familiar.
À impunidade em que tanta gente (absurda) é deixada viver.
terça-feira, maio 05, 2009
Maio meu, mas
Um dos meus meses preferidos, mas.
O "mas" tem cheiro de rosas no caminho de terra, encontros, celebrações.
Chegam demasiado perto e vêm de longe, os passados que me invadem.
***
Os dias em que apetece sentar.
Com uma parede de vidro à prova de palavra.
Onde passam reflexos: ver para fora e não se ver para dentro.
(alguém que tenha uma paisagem)
???
Ficar, simplesmente.
sábado, maio 02, 2009
Gestos do Pão, gestos comuns
(Vermeer "The Milkmaid" 1660-1661)
Da leveza do improvável!
Se tudo é metido em sacos, envólucros, latas, papel. Etiquetado e desfiado de constituintes elementos, uns verdade outros mentira, siglas comunitárias e códigos de barras.
Faz por agora alguns - poucos - anos que me deu para vir aqui, sorrateira-a-mente a querer-se ao sol, aos olhos, ao público. A saber-se escrita, ouvida. A ler-se a si mesma e a nem saber se é a mesma.
Que código de barras teria eu se fosse um livro, um pão, um quadro?
Uma embalagem?
Que mapa me indicaria o vértice das pedras e das giestas?
Do museu onde?
Do pedaço de mar, ar, do caminho de monte, de sombra das árvores?
Da luz? Qual o código de barras da luz interior que ainda (me) ilumina?