quinta-feira, março 27, 2008

Dias de







Talvez porque uma cadeira prometia esperar-me, já antes da chuva
- e choveu desabaladamente -
ou até seria porque passaram os dias todos: da Mulher, do Pai, do Equinócio, da Primavera, da Árvore, da Poesia, da Páscoa
- e não houve nenhum dia de Amigo mas ouviam-se vozes de longe -

Vi que todas as frésias acenavam e eu tomei cuidado: sentia-me embriagada de amarelo

Enganavam-me: era a nova estação que acontecia ou as águas de Março cantadas
- à vista duma casa-abrigo -

quarta-feira, março 19, 2008

Caminhos da (pouca) visibilidade




Com alguma (im) paciência, destes dias todos afastada das lides computacionais.

O velhote, cinzento esbatido e habituadíssimo às minhas mãos pouco ágeis, aos meus saltos favoritos pelo mundo, ao meu circo acrobático "sem rede" por vezes, de écran esmaecido mas discreto, obediente e tímido... o velho computador, filialmente cheio e partilhado entre a ciência e a (minha) curiosidade...

Sim, que já o vi esventrado, cheio de fios coloridos e placas e fitas largas com tomadas esquisitas, amorosamente tratado e alterado todos estes anos por um prático e jovem engenheiro.
...o Windows não sei quantos, intuitivo para a (ilógica) intuição que tenho para estes mistérios, um teclado claro com letras a preto ...
Pifou de vez! Parou, adormeceu como o Belo Adormecido, emudeceu, guardando em segredo os meus montes de imagens e palavras.
Nem visitas nem mandados,
nem respostas nem recados.

Algo hesitante, procuro o caminho entre tábuas, cordas de apoio, areias e pedras.
Voltarei a chão firme um dia destes.
Acho, acharei.

sábado, março 08, 2008

Mulheres de país e espaço meus








Não, que não seja um lugar comum lembrar o dia 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.

As mulheres do meu país são um enigma na fractura deste tempo.
Não sabem a força que tomaram.
Não sabem a força que possuem.

Que se fale, então, para que se lembrem elas do ventre e da terra, onde se acolhem todas as esperanças futuras.