terça-feira, maio 24, 2011

Maio no fim dele

These legs are made for walking
eternaly

Não haverá tempo para saber, ou ler, que aqui se representam os oceanos...
Desejados.

Sinto-me vigilante mas sossegada.
Meu olho crítico enganadoramente entre penas.

Atenta é às pequenas formações dos muros.
Chãos.

Às variações do horizonte mais largo.



(Como as minhocas depois da chuva)
Há conversas que se enroscam e não levam a lado nenhum.
Salubre.

Nessas ocasiões, o melhor é colocar o coração a trancar a porta
de casa.
E sair.

terça-feira, maio 17, 2011

De Maio as vontades








PRECISO urgentemente de um lugar
uma casa pousada na terra
onde o caminho para ela fosse uma aproximação às rosas
fortes.

Mas, ao mesmo tempo reparar na fragilidade dos lírios
bravos.

sem fichas nem pilhas nem intenções várias
horários de cumprir
longe de memórias de cidade
sem gentes populosas

Mansa a mente

terça-feira, maio 10, 2011

Acontece

Vamos lá a arejar o mofo das palavras, deixar de nos azucrinar sempre com a mesma conversa da pobreza, da modéstia, da virtude e da poupança. Comecem, meus senhores, façam o favor de nos contarem como quando e onde!

Ou foram passar uns dias à "segunda casinha" e deixaram o papel na porta?




"... que de tantas notícias e agravos,
fico sem pernas nem rabos"

(e num ápice me aparecem as imagens, saltam do tempo, saltam das pedras que falam)

(se não fosse a infeliz e antiga data, pareceria que todos agora se reúnem e debatem de-bates de-bitam bitaites
para "nos melhorar", na avenida, da larga e deformada informação que servem, todos os dias, todos os dias)

Caramba, todos os dias e ainda falta tanto para "a pausa para reflexão"!"

quarta-feira, maio 04, 2011

Vim aqui





... estes anos,
quase 500 vezes.
Com a brandura dos ninhos a esperança das aves
ainda por nascer.
Nem poemas nem dissertações:
apontamentos.

Das redes e dos bichos, das interrogações, das memórias.

Talvez um dia me volte só para o chão e me debruce nas flores
nas ervas;
atentamente

e nada disto tenha importância.
De maior.

Da confusão dos tempos







Vamos ter de aprender a respirar sem guelras.

Em breve passará Maio e as estações correm fora do comboio.
Parece nem haver mais paisagem fora da linha que (nos)traçaram.
Parece que nem se sabe o que se há-de pensar: será que querem (quem?) que a gente não saiba pensar - nem em quê. Será.
Truques: devo dizer que já vi este filme; em longa ou curta metragem, em episódios, em reposição. Os extras, os duplos, a darem cambalhotas pelos actores principais.

Depois destas dias de bocas - digo mesmo: lábios enrugados e oblíquos - e presunções pervertidas
ameaças suposições mentiras e descalabros de linguagem
e caras (re)vertidas
dei por mim a encontrar Bordalo, a mordacidade;
e achei-o escandalosamente actual.

domingo, maio 01, 2011

Os dias da cor




E os cravos de 25 de Abril chegam sempre a Maio.

Há uma infinita saudade da ingenuidade libertadora, desse fluxo de um lado para o outro, da avenida. Da alegria nas cores da gente.

Com a certeza hoje que nos bate coração adentro, sentimos, dizemos:

viva o 1º de Maio!