terça-feira, junho 23, 2009

O pirilampo - Belgais










Há votos que nem se compram nem se cumprem.

Um ano passado, uma amiga dizia, comentando a propósito de Belgais:

"A serpente vai comer o pirilampo e ele pergunta "porquê". A resposta que recebe é "porque brilhas". Brilhar é um caminho perigoso." - LQ.
*****
Nunca choro por uma coisa só. Nunca soube gritar por uma coisa só. Chocante é o conjunto das pequenas e grandes pulhices que acontecem, aqui e ali, antes e durante. E certamente "depois".
Mas uma coordenada de que não abdico na minha vista, na minha vida: a Justiça, ou a justiça, a grande ou a pequena.
A (in)justiça de tratamento, a (in)justiça de sentimentos, a (in)justiça vesga.
Hoje e para lá de tantos opinantes e ruminantes que (mal)ouço e (mal)vejo, choro e grito por BELGAIS.

(baixinho, em condição de humildade, lamentando
os artistas
os pianistas
os jornalistas
os escritores
os divulgadores
os telefones
os microfones
os abaixo-assinados
os não-herdados
os democratas
os tecnocratas
as gravatas

os portugueses,
que se calam.)

E agora vou, dentro dos dias, fora de mim.

quarta-feira, junho 17, 2009

Cores de Junho (algumas) ou considerações da alma


Nenhuma praia é - ou/parece - a mesma porque o mar nunca lhe é igual.
Mar sem idade ao contrário dos seus olhos.

Da margem. A fatalidade da areia do esquecimento (não esquece).

Olha e ouve. E vê, adivinhando os espinhos que a cor sugere frágeis (não são).



E vai, pelas ervas e dunas, numa praia ainda por conhecer.
Como gente ainda por conhecer.


Não um "leão medroso" mas uma fera aquietada na pedra que lhe é intransigente.






A madeira é táctil e brilha mesmo sobre a escuridão. Aproveita uma luz pequena que lhe vem do alto.
Dir-se-ia que a alma nua se estende em asas, trejeitos de vôo - desprende-se do friso repetido, os desenhos e esgares azulejados das vidas comuns.
Pretende sê-lo e fazê-lo.
***

DEI (depois de escrito isto ) e ter visto o que dizem: esta prosa não é sobre o mar: é sobre almas com penas. Ou espíritos com fantasmas.

quinta-feira, junho 04, 2009

Cores de Maio


De tanto pestanejar, fica-me a imagem dum mimo. Uma manhã de Maio.
Terei de ter imagens e pensamentos mais soltos para voltar e re-contar. Resumir o que não fez o olhar que andou disperso.

(que saibam - os que me querem saber - que os sei)

(voltarei um dia destes para vos visitar, todos, como é meu costume)