quinta-feira, novembro 28, 2024

O PPP de Novembro (restante)

Os temas propostos para as duas últimas semanas do mês:

Infância


Desde o nascimento, seguindo a inocência das crianças, os sorrisos que a vão libertando da sua subjectividade. 

Uma fotografia tirada na Gulbenkian, na exposição, em 2011, "Memória do Sítio". A memória era composta por fotografias da vida de Calouste Gulbenkian e do transporte das (milhares) de obras da sua espantosa colecção, de Paris para Lisboa. A minha admiração por este incrível acontecimento cresceu!

 

Transporte

Era dia de aniversário há muitos anos. Uma prenda: ofereceram-me uma viagem de comboio a vapor, pela linha do Douro.

Irresistível recordar algumas das fotografias que captei: poucas, por economia, e porque ainda não estávamos na época digital para tirar "todas" as que me apetecia!


 





A paisagem é sublime e eu fui sempre à janela. Ignora-se completamente o desconforto e a fuligem negra com que se chegou ao fim do dia!


sábado, novembro 16, 2024

Jardins de longe

Há dias em que me apetece (muito) voar. Como antes. Apetece-me a côr, os espaços de andar, onde acho mesmo poder espairecer.

Muitas vezes é "o coiso" que me lembra lugares, com imagens avulso das coisas de que gosto: foi este o caso.


 
 



 



Aquele hábito muito british de colocarem bancos de madeira, convite à pausa contemplativa, por todos os lados...Que me repito, sei: tenho muitas vezes sentimentos idênticos, de memórias fugidias. Passear pelos Kew Gardens numa viagem magnífica, há 9 anos, já me parecem dezenas deles. Anos.

E se pudesse mudar apenas uma única coisa na minha vida...

 


sexta-feira, novembro 15, 2024

O PPP de Novembro II

"Privação" foi a palavra que escolhi para a 2ª semana do mês, com a seguinte elucubração a propósito:

Foto retirada de um livro sobre a II Guerra Mundial e as privações sofridas, neste caso, em Inglaterra. Sobre "guerras" muito haveria que dizer e documentar: escolhi esta sugestão, menos agressiva aos olhos e sentimentos. O livro chama-se "We Will Eat Again" e, além das figuras da época, tem receitas básicas de sobrevivência, com o pouco que as pessoas conseguiam, em tempo de severo racionamento.



Quando penso que houve milhões de vidas destroçadas pela II Guerra Mundial, somando-lhes as da I Guerra e fugindo-me o pensamento para os anos a seguir, só sinto uma mágoa imensa pela humanidade que nada aprende. 

As escolas.. soube vagamente o que disseram os slogans dos "guerreiros do apocalipse" actual, numa das manifestações extremistas há dias: ...em... não há escolas porque já não há crianças. 

Este pensamento de extermínio é posto em prática e até o vemos na televisão: mais de 17 mil crianças foram mortas na faixa de Gaza desde há um ano, milhares de outras ficaram feridas ou orfãos. 

Foi por isso que escolhi este livro, porque fala de esperança, das formas dela. Não consigo, neste momento, pensar nos usurpadores ou usurpados. Penso que a forma diabólica de tentar acabar com uma raça é claramente vista nesta limpeza étnica que nos confrange; contra a qual os diversos organismos de protecção e ajuda, nomeadamente os países envolvidos, as delegações das Nações Unidas, a Cruz Vermelha, os Médicos sem Fronteiras e tantas outras, não conseguem actuar nem fazer-se ouvir.

(eu sigo as notícias, leio ou ouço, mas não as vejo)

  

terça-feira, novembro 12, 2024

O PPP de Novembro

Abri o dicionário à sorte para recomeçar o nosso PPP e retomar este meu lugar-azul. Sobre a palavra "Solidão". Auto-infligida, imposta ou surgida nos acasos da vida. Solidão cheia de ausências que vamos notando. Solidão que se sente no meio de muita gente, muitas ruas (agora) desconhecidas. 

Alguém que passa no jardim, solidão bonita nos tons efémeros, como uma das amigas comentou:

Na companhia de mim mesma, dentro do lugar que será o cérebro e o coração, o espírito ou o pensamento, este novelo de sentimentos que nunca se sabe de onde provêm. Silêncio solitário sentido nos montes lá do sul, nas aves 


A solidão das palavras e dos sons que amei.

Penso que há solidões boas, penso que há solidões más. Sinto que esta não é boa. 

Fiz um recorte e ficaram apenas os contornos dele, desapareceu a figura conhecida.