quinta-feira, abril 18, 2024

PPP - As duas últimas semanas de Abril 2024

Lá vêm as restantes semanas de Abril do PPP, que o mês passa num repente! 

O dia 18 era dedicado à "Língua Chinesa":


Admiro o desenho paciente, caracteres de riscos e rabiscos que terão sentido (para eles) e a mim me soltam a imaginação. A escrita e os desenhos. Também gosto muito de comida chinesa. Como tal, trago aqui a foto da pintura numa parede de um restaurante, com as névoas evocativas de longínquas paisagens e algo dessa língua esvoaçante escrito a um canto. Mais foto de capa de um livro que muito aprecio (ir lendo...).

Será coisa antiga, esta tendência para o Oriente e a China: lembro a minha mãe que, quando eu comentava ou reparava em coisas incomuns, me dizia “Não te ponhas com chinesices”. 

Andando pelas lembranças, reparo que são muitas, isto pelas fotografias como estas abaixo; pela casa também, os apontamentos do Oriente estão por todo o lado. Aqui e ali.




Passo ao dia 25 - "Mulheres nas Tecnologias de Informação e Comunicação"

Para mim, que tão tarde entrei nestes caminhos tecnológicos, nada mais parecido que a imagem desta montra: bela, aliciante e, contudo, de sentido impenetrável e sem significado aparente. Vejo o que quero ou imagino ver: perfis de gente parada e a cabeça no ar da internet cheia de sonhos.


(Quem o viveu tanto-tanto, antes e depois, o 25 de Abril de 1974 é um marco histórico da Maior importância!)

Andámos tanto por estradas nunca vistas, escadas rolantes para o desconhecido... ah, havíamos de encontrar o caminho! 

50 anos passados ainda nos é surpresa, a Liberdade.

 
 

sábado, abril 13, 2024

Duas semanas de Abril no PPP

As propostas que nos puseram a pensar "maduramente" nestas duas primeiras semanas de Abril. Não é fácil, não... Algumas datas consideradas pela ONU "dias de ..."

Dia 4 - Perigo das Minas terrestres  

Da guerra sinto o horror que nos entra pelos olhos e sentimentos dentro. Só o que li, vi e, muito especificamente da nossa Guerra Colonial na Guiné, da qual sei factos concretos. Por exemplo: que as minas terrestres enterradas na terra das picadas eram muitas vezes procuradas com paus pelos pobres soldados. A morte aconteceu a muitos. Que o mundo não os esqueça.

Certamente haverá, mais tarde, o dia contra os "drones" que estão na moda das guerras actuais.

Das fotografias que fui escolhendo, em propósito de ilustração deste texto

Guiné, anos 60
 

Esta foto é de Setembro 1997: estava eu em Londres e a princesa Diana tinha morrido num acidente, em Paris. Era uma pessoa bonita e interessada, nomeadamente visitando em África os lugares "da morte" (Angola) numa campanha de sensibilização contra o uso e o perigo das "minas" terrestres. As flores secam tal como as intenções: só em 2006 a ONU institucionalizou a data de 4 de Abril contra as minas antipessoais.


 

Dia 11 – Voo Espacial

"2001 - Odisseia no Espaço", de 1968, de Stanley Kubrick. Ocorreu-me este inolvidável filme, que vi mais de uma vez e há-de estar gravado algures. A história, as cenas e tudo o que implicou delas para o realizador, as belíssimas músicas, a estranheza de tudo o que nessa época (se) desconhecia. Profundamente lembrado esse olhar aberto sobre o mundo, a filosofia, a existência humana, a tecnologia. Uma antevisão da inteligência artificial, de que tanto se fala agora e da qual tenho muitas dúvidas.

A gravação: esta é a capa dela


Nada do que é "espacial" me encantou mais do que este filme, estas músicas, este deambular pela essência da Humanidade.

E acrescentando, não sei por que ligações das ideias, o pavão (albino) entre o acordar da terra, que me pareceu uma nave espacial: Jardins Bagatelle, em Março de 2001 

 


 

sexta-feira, março 22, 2024

Março/marçagão

... manhã de Inverno, tarde de Verão.

Há ideias que é difícil pôr em palavras... e palavras onde nem sequer há ideias! Não é o caso deste grupo PPP, inventivo e esmerado, simpático e, diria como se usa agora, "aconchegante". Alto lá que a proposta para este mês era complicada, cada um se desunhou como pôde e claro que foi um prazer ver/ler as diversas opções para "palavras/imagens" tão cruzadas. Aqui as minhas participações:

Dia 7 - Palavra de ordem 

"Mudam-se os tempos/mudam-se as vontades" como diria Luís de Camões.

O que era não volta a ser o que foi. Esta foto é no Porto, uma manifestação antiga a favor da Paz. Ou seja, o pretexto pode ser o mesmo, que a ausência de guerra ou das guerras, é sempre um desejo que se manifesta, no íntimo e em grupos. Hoje, ontem e sempre.

Entretanto, a amiga M. fez de uma fotografia banal uma obra de arte! Como se... a lente do tempo a tivesse desfocado.

Dia 14 - Pegar na palavra 

Peguei na palavra "nuvem" e ela desfez-se rapidamente, como acontece com todas as nuvens e com tantas palavras. Ficaram apenas as pedras, o rio ao longe, os verdes mais verdes de sol e... um labirinto.

Dia 21 - Tirar as palavras da boca

Mulheres na Póvoa da Atalaia: ao ler o poema e depois de ter passado por elas no caminho, só mesmo Eugénio de Andrade me "tirou as palavras da boca", ao descrevê-las assim, nas suas palavras profundas e gentis.





Aí é lembrado o Poeta com uma estátua, poemas escritos nas pedras, entre oliveiras.


Quando passámos na aldeia onde nasceu EA, senti uma comoção profunda: tão longe, tão pobre, a casa, a aldeia, as "mulheres de preto" tal as descreve. As nossas velhas, vergadas ao cair dos anos, debruçadas para a terra e para as azáfamas de casa. As viúvas eternas, de maridos, de filhos, de mocidade.

Dia 28 - Passar a palavra

Lendo o aviso na janela, não fora alguém estar interessado!

***

Tinha-me aparecido uma outra fotografia diversa: quando o mar está muito bravo e perigoso na Foz, põem barreiras, avisos e proibições, nas ruas de acesso aos molhes e aos faróis. Mas julgo que vária da gente que lá vai se interessa pela palavra... Muitas vezes se vêem pescadores ou pessoas simplesmente a tentar passar, passear e a tirar fotografias. "Espectacular", dizem eles e digo eu: da estupidez humana.

Esta aqui foi de longe, da rua e do passeio alto da praia e, reparo agora, foi tirada em 2013! Procurando, há-de haver outras com gente no caminho do farol.



De quando os avisos, a palavra ou os sinais, não são suficientemente levados a sério. Penso: ainda há dias aconteceu.


 

quarta-feira, março 06, 2024

As últimas semanas de Fevereiro no PPP

E chegámos ao fim do passa-tempo e passa-pintor! Foi bom andar atrás de pinturas para entreter, que este mês foi tramado!

Fomos desafiados por Salvador Dali, no dia 22.

Controverso, exuberante, surrealista, extravagante. Tudo isso de um pintor que marcou parte da cultura do século passado. Um tema que ele utilizou várias vezes nas suas pinturas oníricas: o tempo/o relógio que parece deformar-se sob a acção do calor. Encontrei-o numa montra em Espanha; e dali, logo me lembrou Dali!

Falando e pensado há muito tempo, numa passagem em Barcelona. Acho que terei um postal algures, de um quadro dele, eventualmente comprei-o mesmo aqui, nesta galeria. Chama-se "Figura na Janela", de 1925, e representa a irmã, Ana Maria, de costas olhando o mar. E essa posição fala-me de mim.

 

Dia 29 – Paula Rego

De tudo o que sei e aprendi sobre Paula Rego e a sua pintura, seria redundância minha tentar explicar os sentimentos que me provocam. Tanto mais que não gosto, nem aprecio, muitas das suas obras, tão sacralizadas pelos apreciadores de arte. Uma Mulher importante na nossa cultura e contra-cultura, isso sim, aceito e compreendo. Deixo uma imagem do Museu maravilhoso, A Casa das Histórias, que visitei, e em boa hora foi criado para termos uma visão abrangente da pintora, das pinturas e outras artes em que se desdobrava. 

A gaivota vigilante no topo do edifício


Algumas das obras que apreciei, expostas no museu. "O Anjo" uma das pinturas de que Paula Rego muito gostava.


Estas da Gulbenkian, em outro tempo de passeio


 

Apenas porque me lembrei de um quadro de que encontro várias versões e sempre me interpela os sentimentos: S. Sebastião-mártir, crivado de setas, e os indiferentes na passagem.

Sobre a Arte que exprime tão bem a beleza e o sofrimento.