Há votos que nem se compram nem se cumprem.
Um ano passado, uma amiga dizia, comentando a propósito de Belgais:
"A serpente vai comer o pirilampo e ele pergunta "porquê". A resposta que recebe é "porque brilhas". Brilhar é um caminho perigoso." - LQ.
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Nunca choro por uma coisa só. Nunca soube gritar por uma coisa só. Chocante é o conjunto das pequenas e grandes pulhices que acontecem, aqui e ali, antes e durante. E certamente "depois".
Mas uma coordenada de que não abdico na minha vista, na minha vida: a Justiça, ou a justiça, a grande ou a pequena.
A (in)justiça de tratamento, a (in)justiça de sentimentos, a (in)justiça vesga.
Hoje e para lá de tantos opinantes e ruminantes que (mal)ouço e (mal)vejo, choro e grito por BELGAIS.
(baixinho, em condição de humildade, lamentando
os artistas
os pianistas
os jornalistas
os escritores
os divulgadores
os telefones
os microfones
os abaixo-assinados
os não-herdados
os democratas
os tecnocratas
as gravatas
os portugueses,
que se calam.)
E agora vou, dentro dos dias, fora de mim.
terça-feira, junho 23, 2009
O pirilampo - Belgais
quarta-feira, junho 17, 2009
Cores de Junho (algumas) ou considerações da alma
Nenhuma praia é - ou/parece - a mesma porque o mar nunca lhe é igual.
Mar sem idade ao contrário dos seus olhos.Da margem. A fatalidade da areia do esquecimento (não esquece).
Olha e ouve. E vê, adivinhando os espinhos que a cor sugere frágeis (não são).
E vai, pelas ervas e dunas, numa praia ainda por conhecer.
Como gente ainda por conhecer.Não um "leão medroso" mas uma fera aquietada na pedra que lhe é intransigente.
A madeira é táctil e brilha mesmo sobre a escuridão. Aproveita uma luz pequena que lhe vem do alto.
Dir-se-ia que a alma nua se estende em asas, trejeitos de vôo - desprende-se do friso repetido, os desenhos e esgares azulejados das vidas comuns.
Pretende sê-lo e fazê-lo.
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DEI (depois de escrito isto ) e ter visto o que dizem: esta prosa não é sobre o mar: é sobre almas com penas. Ou espíritos com fantasmas.
quinta-feira, junho 04, 2009
Cores de Maio
De tanto pestanejar, fica-me a imagem dum mimo. Uma manhã de Maio.
Terei de ter imagens e pensamentos mais soltos para voltar e re-contar. Resumir o que não fez o olhar que andou disperso.
(que saibam - os que me querem saber - que os sei)
(voltarei um dia destes para vos visitar, todos, como é meu costume)