sexta-feira, setembro 08, 2017

O Porto de que eu gosto (algum)

Favorecida por ter nascido, vivido e trabalhado, em tempos escuros, em plena Baixa do Porto e na parte "nobre" da Boavista, depois do 25 de Abril voltei a percorrê-la, com claridade e liberdade.
Hoje distingo-me, distancio-me dele, do Porto: com as suas hordas de turismo sem rei nem roque... as ruas são estreitas, entopem-nas com carros e malas, os city-bus são mais que os autocarros de carreira, toda a gente nova bebe na rua, as casas de tradição praticamente acabaram. Dão lugar às mesmas lojas, de todo o mundo e arredores; ou chinesices ou a locandas de gosto duvidoso para caça-turista.
Deve ser sinal democrático: já nem há tabernas por onde a gente se escusava de passar, os "borrachões" estão à solta. Está bonito, sim senhor, o Porto mais na moda, mais lavado, o dinheiro para reconstruções de luxo sobra, os flutuantes flutuam. Os sem-abrigo deixam os colchões e os cartões nas entradas. Os habitantes, os portuenses, mingam.
Estes são aspectos que desejo recordar: a cidade ao longe e as ruas antigas.







 Os diferentes dias



As originalidades velhas, o que se repara nesta época de "racismos" exacerbados


O Mercado do Bolhão "do nosso descontentamento"
Há uma nostalgia: há.

2 comentários:

Isabel disse...

Pensava que disso mesmo só se queixavam os lisboetas!

Mas o Porto é lindo, não é? E eu que ainda não conheço...

As fotos estão lindas, algumas têm uma luz fantástica!

Beijinhos:)

Justine disse...

A tua cidade é linda, continua linda, apesar das invasões excessivas, da subserviência desnecessária, dos negócios oportunistas. Aí como em Lisboa, como em todo o país.
Mas a tua cidade continua linda, com uma luz especial tanto ao nascer como ao pôr-do-sol.