sexta-feira, março 02, 2018

Os sons dos Sinos

Imagino que tenha isto escrito algures, por aqui ou ali.
Tantos papéis, tantos cadernos, tantas notas. Tantas vezes sem datas, perdidos entre pedras, ou caixas ou recantos ou estantes.
É uma citação que só conheci completa muito mais tarde. Quando li "Por quem os sinos dobram", livro de 1940, de Ernest Hemingway, o futuro era longe.



(não conhecia José Saramago e as suas palavras)

Os relógios marcavam as horas, as mesmas

Aflorava as ruínas como antigas,
os homens como velhos,
no turbilhão dos dias,

na solidão dos pensamentos,





"No man is an island, entire or itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as if a manor of thy friend's or of thine own were: anyman death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee."

John Donne (1572-1631)

Chove muito. As estradas e as ruas cheias de gente que trabalha, vai ou vem. Esse tempo que já não é o meu, quanta chuva, quanto calor, quantas horas.
Os tempos alterados.
Por quem os sinos dobram.

 

3 comentários:

Justine disse...

Muito belo, Betty.

O Puma disse...

Não deixem cair os carrilhões de Mafra

jorge esteves disse...

Imagina que, em 1963, as colinas de África eram (espantosa e deleitosamente) verdes - achava eu!...
Mesmo que, à cautela, não houvesse futuro.
abraço.

jorge