sexta-feira, maio 03, 2019

Pensar árvores ou, até, raízes

Só muito de quando em vez - ou num repente, em presença de algo muiiito desagradável e inexorável! - revejo os meus gostos ou afectos. Aqui no bettips passaram mais de 10 anos até me convencer - no andamento de outras conversas - que havia pessoas/coisas tão diferentes de mim/das minhas, que o melhor era passar à frente.
Neste caso, apagar alguns nomes de blogues de gente que conheci, até pessoalmente, mas que já nada me dizem, nem nada me ensinam. E verdade é que de amigos presentes passo a outros que me interessam, esporadicamente, que aqui nem constam. O gosto pela Natureza e Artes variadas, as humanas também.
("a paz, o pão, habitação, saúde, educação - só há liberdade a sério...", cantava Sérgio Godinho).
O gosto de conhecer outros mundos e vivências ainda me provoca "uma maré" de ondas várias. Por esses caminhos me espraio e me escrevo.
Esta imagem fez-me pensar nisso, nos que se vão:

Amigos ou conhecidos, mas no sentido de se desvanecerem e se confundirem com o passado. Não os esqueço, nem porque ou como os conheci, simplesmente se confundiram com as raízes e se cobriram de musgo.
***
A árvore é um freixo, plantado por Thomas Hardy, em 1865, então arquitecto e que, eventualmente, teve esta ideia poética: juntar as velhas lápides e plantar uma árvore. Chamam-lhe "The Hardy Tree".
Situa-se em St Pancras Old Church e decorre dos trabalhos efectuados à época para deslocar um velho cemitério da passagem do caminho de ferro.
E de umas coisas se vai às outras!


2 comentários:

bea disse...

Não sei se os meus amigos me ensinam alguma coisa, mas sei que gosto deles e que é um gosto com a força de anos e anos. Talvez aprendamos uns dos outros mas não é essa a relação que temos. Há sempre quem não levamos até ao fim, segue noutro caminho. Esses não são amigos "de verdade" e nem gosto de os chamar assim, mesmo sabendo que há vários níveis de amizade. E esqueço-os, sim; ficaram tão à superfície de tudo que se vão sem mérito ou dificuldade. Passam. Os outros, posso não voltar a vê-los, não deixam por isso de me habitar e ser presente.

M. disse...

Adoro o título que deste a este teu post!