Novembro foi um mês comprido, com CINCO quintas-feira e muitas alterações do clima, do meu e lá fora. Na verdade, o belo Outono ia passando despercebido, depois das folhas caídas mas revoltas e molhadas pelas chuvas. Para mim, estas paredes e estes lugares "no espaço" onde me movo, são fundamentais para um certo equilíbrio das estações - e gentes ou agentes - lá fora.
Dia 23
Esta semana escolho
o mesmo tema, tal igual e tão diferente: 4 quadros, 4 olhares, de longe e de
pormenor. Como Monet os idealizou: pinturas sem limite, sem horizonte nem céu,
apenas pedaços do lago e a visão dele. Encontro beleza de longe, encontro beleza de perto, os traços e cambiantes da cor. O que ele observou do nascer do dia ao por do sol.
Acrescento mais: porque estava fascinada com a ilusão de óptica que me provocava ver os nenúfares e as cores da água em matizes tão diferentes
Dia 30
Esta obra grandiosa de Claude Monet está exposta na L’Orangerie, Paris, numa sala circular, com luz apropriada e como o pintor idealizou mostrá-la. O mural foi oferecido por ele à cidade de Paris, em 11.11.1918, no dia seguinte à declaração do armistício que acabou com a I Grande Guerra Mundial. Segundo o que li e fotografei (mas ficou ilegível) seria desejo de Claude Monet que a contemplação destes painéis fosse um símbolo da Paz e da harmonia entre os homens. Há ligações na internet sobre este episódio e lendo aquelas palavras comovi-me muito. Tanto mais que, como sabemos, a II Guerra eclodiu umas décadas depois, e as outras guerras sucederam-se e estão hoje a acontecer.
A ponte, um outro aspecto do jardim de Giverny
A "Estação de Saint-Lazare", uma das versões que pintou a partir das suas viagens para a Normandia
Foto retirada da net, visitantes na sala oval de L'Orangerie, em 1930
Captei esta foto uns dias mais tarde, pela atração de Monet e dos reflexos na água.
Vale-nos o que conhecemos de belo, o que vemos de bom e o que sentimos no imaginário. E nos é recordado agora como Ecologia que é, afinal, o respeito e a admiração pelos ciclos da Natureza.
A ligação para um dos artigos está abaixo:
https://www.musee-orangerie-fr/fr/collection/les-nympheas-de-claude-monet/histoire-du-cycle-des-nympheas
4 comentários:
Gosto muito da sua pintura!
Abraço
Acho Monet um pintor de doçuras e ideais. Ou é o que me sugerem os seus quadros. Penso que, fora as dores de costas, era bem capaz de ficar horas sentada nessa sala oval, a virar-me de um a outro lado. Não sei se saberia destrinçar as estações ou os diferentes cambiantes do dia. Também julgo que isso não me importava. Quando o meu olhar é encantamento, não cabe mais nada. Se, como indica a foto dos que passeiam na sala, estiver o observador de pé, rodando pela sala, e sem assentos, não aguentaria uma hora.
Penso ter ainda no mail as imagens que a bettips me enviou desse portento exposto na Orangerie, onde não tive a dita de ir. Bem haja por isto e mais aquilo:)
Um abraço
O prazer de olhar. Sempre.
Já cá estive há dias mas volto para confirmar a minha presença.
Bom ano!
M
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