segunda-feira, julho 22, 2024

O PPP de Julho falava em notas e não só

Encontraria notas, instrumentos musicais, discos que adoro sempre, para este "concurso" de Verão. Contudo os meus dedos não me obedecem, sei lá que nervos lhes deu! Pelo que apenas passei brevemente pelas fotografias e "casei-as" com as ideias e as palavras

Dia 4 – Dó

Ou comiseração, compaixão, pena, diz o Dicionário. Para esta fotografia de gente em abrigos de cartão debaixo de uma ponte, eu sinto e acrescento a minha revolta pelas sociedades que permitem, e fecham os olhos, a estas misérias. A ponte, debaixo dela, é a Pont Grenelle, em Paris.


 Dia 11 –   


Não sei mesmo se este barco entrará no porto respectivo à proa ou à , com semelhante tempestade no mar!

Um acaso a olhar o mar do Porto, fora da barra de Leixões.

Dia 18 – Sol 


Podia ser música, o lá, mas o que pensei foi no Oriente, no lado do mundo onde nasce o Sol. Na passagem por uma montra onde se anunciava uma exposição de fotografias antigas, de viagens às remotas paragens que tanto me atraem.

Dia 25 – Lá 

Impossível enganar o sentido deste gesto: acima de nós, nas alturas. 

Os colossais restos da escultura de Constantino que tive o gosto de ver no Museu Capitolino, Roma.

Como sempre, escolho lotes de ideias/fotos para as propostas semanais. Neste rol aqui vão mais, as notas de música. A música das crianças, imprescindível, embaladas na barriga das mães e mesmo sem ainda saberem falar

 

O que certas imagens me provocam. Esta é uma sequência numa rua chic, o horrível, o choque da miséria, da abastança, da indiferença
 



Fecham-se os olhos desgostosos em pedra

Dos Árabes, a perfeição das portas que nos levam ao sol

Para onde vão e porquê? me saltam as ideias.

 

segunda-feira, julho 01, 2024

O PPP de Junho trazia "santos"

A proposta para este mês que se diz "de santos populares", não me entusiasmou por aí além. Todas essas tradições ou se vão perdendo ou, pior, adulterando. Respeito quem o sente, quem se devota com esperança num ente idealizado, ou num espírito, a que se recorre em aflição ou em festa. A parte mercantil deixa-me amarga e a pensar que a estupidez e o dinheiro invadem tudo.

Geralmente nas minhas saídas, e quando passo por elas, visito igrejas ou mosteiros; e se antigas ou modestas, não resisto. São lugares gratuitos e de paz, onde nos podemos sentar a pensar no silêncio, observar a beleza, a devoção ou a modernidade. Muitas vezes me espanto com a crueza das imagens e fico a pensar nesta religião que nos "castiga" sempre, com pecados e tragédias.

S. José foi escolhido em férias, na Casa Museu José Régio, foto geral, e em particular "a sagrada família" que a amiga M. fez sobressair


O Santo António, se de Lisboa se de Pádua, cada um com a sua crença. Santo casamenteiro e festivaleiro, foi assim escolhido, entre o Menino Jesus e as suas gracinhas

Para o S. João: o antigo santo nortenho, santo de alho pôrro, molhos de cidreira, manjerico e outras ervas. Transformado em barulhentas marteladas, balões e fogo de artifício. Escolhida uma foto tirada das Fontainhas, donde se vê a ponte D. Luís e a Serra do Pilar (Foto de MP)

Contudo não ficaria completo o S. João sem uma cascata! Desde muito pequena que engraçava com as figurinhas que se punham nos montes a fingir, e que eram feitas pelos bairros e ruas dos mais pobres, pedindo "um tostãozinho" para o santo. Encontrei-a depois deste desafio, num passeio ao Parque Biológico de Gaia, onde não ia há umas dezenas de anos. Revivi a infância.

 

Sobre S. Pedro e S. Paulo, escolhi o último. S. Pedro sempre me pareceu muito mandão, de chaves e privilégios, além do Novo Testamento o apresentar como um tanto cobarde ao negar três vezes que conhecia Cristo. Isto na minha particular perspectiva que não gosto de traições de nenhuma ordem, muito menos em amizades e para salvar a pele...

Tinha visto que, como pregador, este santo especificamente, calcorreou uma grande parte do mundo antigo na bacia do Mediterrâneo. Ora! nem de propósito. Andava algures, e tão longe das minhas escolhas caseiras, quando me aparece um livro que, às tantas, muito gostaria de comprar. Isto de viagens é sempre uma tentação a que nem os santos resistem.

Além de que as ruínas romanas que mostra a capa do livro me recordaram umas outras, encantadoras, junto ao mar. O pensamento é uma ave sem pouso, ou destino, certo!