Resposta de José Saramago a uma entrevista que lhe fizeram em Junho de 1985:
"A mais extraordinária das criações do homem é a palavra. A tal ponto que, criatura do homem, é, por sua vez, criadora da humanidade. Não me atrevo a jurar que a palavra tenha existência autónoma, mas observando-a como um ser com vida própria, que se move, e que produz. Produz, o quê? Precisamente, tudo. "
Este texto foi retirado de uma citação da Fundação. Atrevo-me a repeti-lo pela concordância que senti com o que (me) traduz; com a distância do tempo (1985, já lá vão quase 40 anos!) sinto-me sempre fascinada com "a palavra", embora tivesse encontrado muitas outras coisas extraordinárias, na vida e nos sentimentos, nas pessoas. De sinal positivo e de sinal negativo. Aqui há tempos escrevi num papelito umas palavras que me vieram à cabeça e que me apetece transcrever. Elas representam momentos que tive, ou senti, e cujo significado e referências, são bem claros para mim. Quando as olho têm figura de sentimentos; ou de gente.
- ingénua (foi o primeiro atributo que me deram aos 15??? anos)
- desadequada
- harmonia/reciprocidade/acordo/simpatia
- sintonia
- inércia/fraqueza/marasmo/apatia/rotina
- presciência
- vida flauteada
- nababo
- trampolineiro
- entre a perfídia e a ingenuidade
- indulgente
- empedernido
- paulatinamente
- consideração
- petulante
Que não me falte a fotografia das letras à sorte, as que formam palavras.
As imensas formas das flores de pensar nelas, nas palavras. A escrita da Terra.