sexta-feira, julho 04, 2025

As coisas de dois meses atrás

(Re)Torno a Maio deste ano, com a minhas propostas para o PPP desse mês. Como sempre, há uma proposta respondida e depois, várias respostas que vou encontrar dispersas nos momentos da procura. Ou seja, algo tem a ver com algo!

Achei graça à proposta (uma escolha do feio, ou do que não nos agrada...) e então escolhi ao lado: nem feio nem bonito 

Dia 1 - arquitectura

Não é ser feio, é ser esquecido de Abril de 1974. A frontaria da casa de Salgueiro Maia, em Castelo de Vide. A fotografia é antiga, de 2012.

Espero que a tenham recuperado.

Dia 8 - Pintura

Do controverso Picasso, a sua cadeira de "pintor". 

E ainda, para mim que sou uma incondicional admiradora de "O Beijo" de Klimt, ver este quadro satírico aborreceu-me: é feio, pensei. E cá vai o dito, um Picasso-a-rir dos outros.

 

Dia 15 – Escultura 

A visita ao Museu Quai Branly, há já uma década! deu-me uma perspectiva imensa dos trabalhos artesanais, de costumes, vestimentas, artefactos, estátuas, absolutamente alucinante. De lugares tão remotos como a Oceânia. Escolhi esta foto do corredor da entrada, onde passava um rio de palavras em luzes: ao fundo uma das feias mas interessantes estátuas do início da exposição.


 E as outras esculturas variadas que me apareceram


 


 

Dia 22 – Moda 

As modas são o que são e muitas vezes voltam a ser actuais porque a indústria precisa de vender, mexer, mudar, convencer. Neste caso, uma montra com um manequim de bebé com fato de adulto, camisa, colete, laço e tudo, tão feio!


Mas feio, feio... eu tenho um olho muito crítico sobre arquitectura, sobre ruínas maltratadas, sobre demolições à sorte. Não cabem aqui, ou não quero eu que caibam, os mal amados buracos e construções. que, nomeadamente, estão aqui à volta. Deito fora.

Dia 29 – Alegria

Escolhi a Alegria para contradizer os tempos. Lembrei-me do filme “Este país não é para velhos”, dos irmãos Coen, de 2007. Penso que esta foto do riso de duas pessoas, um velho e uma mulher nova, na claridade da convivência amigável, traduz a possibilidade de rir e aceitar as pequenas coisas que nos agradam e divertem.

Ao encontrar esta fotografia acima, que é de um cartaz público, lembrei-me da sua antítese:

A Tristeza:
 

Um ramo seco assim, pousado no tempo, de uma beleza avassaladora. Pelo que representa. 

A faded remembrance.

   

quarta-feira, julho 02, 2025

PPP em Junho 2025

Estava em modo de longe, digamos que "desconectada" como se usa, mas não me escapou o Junho no PPP, pelo que o deixo aqui, como (agora, outro mês vindo e seguindo ), já num instante. Lembrança e os dias tão longooos eram.

Dia 5 - A fruta da época  

Tenho de recuar a 2013 para encontrar as cerejas, elas mesmas, das árvores e na época própria. Antes dos camiões que levam tudo a todo o lado, para bem de todos, mas perdendo a autenticidade e magia dos lugares onde se cultivam. Neste caso, em Resende, Douro. (à vista!)

Dia 12 - As plantas desta época 

Maio é para mim um mês especial, sempre foi, desde que me lembro. E tem sempre rosas. Estas são de há dias, colhidas pelos muros solitários, com madressilvas à mistura.

 

Dia 19 - O mar 

"Há mais marés que marinheiros", lembro-me de ter ouvido em criança. Relacionando o mar com os acontecimentos de vida, apercebo-me da vacuidade das certezas adquiridas: o mar está sempre a mudar, assim as pessoas e as coisas. Resta-nos a beleza de o contemplar na plenitude das suas diferenças.

 Dia 26 - A Primavera ou o Verão na arte 

Van Gogh pintava, com a sua arte muito específica, as estações do ano, o dia, a noite, as coisas que a sua mente transformava em traços vibrantes de cores em movimento. Gosto tanto dele e das suas obras que procurei uma das suas pinturas a condizer com o tema.

Pensei (ontem) que ainda bem que há dez anos, em Londres, fui visitar esta Galeria, a Courtauld, com uma colecção magnífica de muitos quadros que conheço e que apelam aos meus sentidos. Tal como a escadaria elegante que se subiu com o à vontade das pernas e o gostar dos olhos.

Vivo o passado no presente. 

Acho que o futuro é como esta escada, a subir ou a descer, mas sinuosa. Que encontre ao menos alguns dos belos patamares daquilo e das pessoas de quem mais gosto.