Andava chatiada há 2 dias por causa de:
Uma cartinha registadinha – que foi preciso levantar nos Correios – do Instituto de Emprego, para me apresentar hoje às 14.00, se não ...castigo, tinha 5 dias para justificar, e tal e tal. De quando em vez, vêm umas convocatórias oficiais – eu dano-me sempre, porque fico ansiosa, não vão às tantas obrigar-me a frequentar não sei quê. Repartições cheias de gente anónima, mal calçada (tenho a mania de, numa aglomeração de gente, olhar para os sapatos), gente (ar)rebanhada sem emprego, olhos vagos. Ex-padeiras, ex-metalúrgicos, ex-isto e aquilo. A comandar, uma senhora de meia idade que junta os papéis e está visivelmente mal disposta (será porque está empregada?). Mais 2 ou 3 jovens que nos abordam para preencher um papel: é mais ou menos “deseja trabalhar? se sim, a gente não lhe arranja emprego mas, como prémio de ter cá vindo, não lhe cortamos o subsídio”. Isto vou eu imaginando ao preencher, uma vez mais, os meus dados. Ah ...se todos dessem “os seus” dados que coisas se descobririam! Fugir destes cruzamentos, vão descobrir que vou ter uma herança – um andarzito modesto onde vivem os meus Pais - e às tantas tenho de pagar, pela hipótese. Lá ajudo este e aquele a preencher, alguns mal sabem ler quanto mais escrever. Pobre e triste gente ...Entretanto, dizem que os que tiverem mais de 40 anos vão preencher um questionário (mais de 1 hora) sobre os sintomas de estar sem emprego, é para um estudo, uma estatística. Após os meus murmúrios – o que eu quero é pirar-me dali e receber no dia x a magra esmola – consigo que a srª do lado pergunte ingenuamente “se é obrigatório”. Não, não é mas ajudava muito o trabalho dos psicólogos, etc. Levantei-me no meio da confusão (éramos mais de 40 ou 50) e fui falar ao ouvido da menina psi, desejando-lhe bom trabalho mas que estava um pouco doente e ouvia mal e isso e aquilo. Saí.
Então, parei a ouvir cá fora os comentários e a dar a minha opinião ao pobo. Incitar massas: falar das gordas reformas dos dirigentes.É incrível como as pessoas estão mal informadas, sobre pensões, reformas, leis ... Bem, vim para casa, casinha, depressinha, depois de passar no talho e no caminho tomar um café.
Levava a minha maquineta a ver se via uma flor airosa e que me fizesse sorrir. Mas não, o jardim está lindo e verdinho, flores, só algumas sardinheiras nas varandas dos prédios.
A cidade não cheira bem, à tarde. Estou farta da cidade. Gostava de a visitar, às vezes. Não de viver nela. Tenho saudades do horizonte, do mar e recuso-me a ir tomar uma “pastilha” de ar à Foz.
Esta é a minha nuvem de hoje.
quinta-feira, maio 18, 2006
Recado para mim, à 5ª feira
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