Há votos que nem se compram nem se cumprem.
Um ano passado, uma amiga dizia, comentando a propósito de Belgais:
"A serpente vai comer o pirilampo e ele pergunta "porquê". A resposta que recebe é "porque brilhas". Brilhar é um caminho perigoso." - LQ.
*****
Nunca choro por uma coisa só. Nunca soube gritar por uma coisa só. Chocante é o conjunto das pequenas e grandes pulhices que acontecem, aqui e ali, antes e durante. E certamente "depois".
Mas uma coordenada de que não abdico na minha vista, na minha vida: a Justiça, ou a justiça, a grande ou a pequena.
A (in)justiça de tratamento, a (in)justiça de sentimentos, a (in)justiça vesga.
Hoje e para lá de tantos opinantes e ruminantes que (mal)ouço e (mal)vejo, choro e grito por BELGAIS.
(baixinho, em condição de humildade, lamentando
os artistas
os pianistas
os jornalistas
os escritores
os divulgadores
os telefones
os microfones
os abaixo-assinados
os não-herdados
os democratas
os tecnocratas
as gravatas
os portugueses,
que se calam.)
E agora vou, dentro dos dias, fora de mim.
terça-feira, junho 23, 2009
O pirilampo - Belgais
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Fala-se de arresto: Belgais
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29 comentários:
Queria ter as palavras certas, e não as encontro.
Deixa-me ficar ao teu lado, partilhar da tua raiva e gritar contigo...
Um abraço. Nosso.
Fica o caldo da "Koltura" de um país, também ele arrestado, que se gasta e se gosta entornado em ignorância.
Somoa, salvo seja, o que somos...
Abraço
Mais uma vez o meu coração ficou apertadinho quando abro jornais e vejo notícias ( as piores )de Belgais.Os pianos arrestados...
O meu país está louco, os governantes estão loucos, a justiça está louca!
A cultura no nosso país é um parente pobre.
Que dor.
Ana Paula
Uma enorme tristeza!
Abraço
É assim como dizes.
E há promessas que não se compram nem se cumprem...
Pena que sejam os pianos a pagar.
É um país de torradeiras arrestadas.
Ter um piano para o efeito, é um luxo...desesperante.
Abraço, antes que saias.
brilhar é um problema. de facto...
fora para "salvar" um banco e haveria dinheiro...
beijo
Amiga, eu diria é que as pessoas neste país não são capazes de ver o que realmente brilha. Ficam ofuscadas por falsos brilhos, como jogadores de futebol, luzes de centros comerciais e estrelas de revistas cor-de-rosa. E não reparam que com isso também ficam com uma alma apagada, pobre...
Que fazer? Não calar. Vamos fazendo barulho, e dando voz aos que não a têm nos meios 'normais'.
Beijos
Há locais únicos que parece nao poderem pertencer a este país. Não são praia nem centros comerciais.
Bettips;
Subscrevo as tuas lamentações...
[Pessoas como eu, ligadas ao mundo da arte, atrevo-me a dizer: «como commpreendo as tuas (nossas) lamentações»].
Abraço
Também não posso com a injustiça. revolta-me e não consigo me calar
Bettips,
Disseste e mostraste tudo.
É assim, o país que temos. Agora.
Ando meio ausente, por isso desculpa a falta de alguns comentários.
Um abraço.
Repugnante, dizes bem.
Que tenham coragem e que levem de vez os cestinhos das esmolas. Mas que desgrudem.
É um país de fantochada. Há coisas que nunca deveriam ser susceptíveis de arresto. Grito também.
Beijos.
Olá :)
Em comprimento e largura
Tudo passa sem escala...
Às vezes tudo é amargura
Mas o Povo não se cala!
Beijos ***
Q. Bettips
A tua revolta é a minha revolta
O teu desgosto é o meu desgosto
Há países que não merecem a diferença do talento generoso!
Apetecia-me dizer uma palavra feia.
beijinhos tristes
:))
... ó miga! quer-se lá ver?! Para quê cultura (melhor dizendo: conhecimento das cousas) se isso só vai trazer dissabores às mentes das pessoas?!
Isso da cultura é uma enorme serpente enroscada e venenosa que apenas os senhores do capital sabem lidar com ela e têm o antídoto quando (por acaso, por puro acaso... ) são picados.
Lembro-me tão bem (como se fosse ontem) a vocação que o meu amigo Belisário tinha para a flauta e a "carreira" que a remediada família o obrigou a seguir: curso comercial, empregado bancário e uma reforma precoce de quinhentos euros por invalidez. Foi um dos que respondeu afirmativamente ao recente estudo(?!) se se sentia feliz com o rendimento mensal que tinha.
Bom, lá vou eu ao Centro comercial de Belém ver as obras daquele que põe a boca no trombone...
Beijinhos.
Como diz a teresa g., as pessoas neste país não são capazes de ver o que realmente brilha. É por isso que quem é realmente grande parte. Quem é realmente grande não cabe cá. A lista é grande.
Bettips,
deixo-te beijos de bom regresso, também parto por uns dias.
Nai sei de que assunto se trata, mas quero conribuir o pensamento que há problema quando o velho morre e o novo nao pode nascer.
beijinhos, Bettips
beijo
E eu volto. A lugares já dantes percorridos. Procurando que não se apaguem os pirilampos. Há-de haver um lugar para o conseguir. Ainda não desisti dos queridos vaga-lumes.
Beijo, Bettips.
De pirilampos percebo pouco, mas de ares condicionados...
Fora de mim, ando eu!!!
Neste momento estou de repouso absoluto, mas não por estar de férias, mas sim doente, com uma Pneumonia aguda...situação complicada e que me assusta.
Tomara já Setembro, quando eu parto para uns dias de férias para repouso do bulício da cidade e da rotina de trabalho.
Convido-te a vires ao meu blog "DeAbrilemdiante" ver se consegues decifrar o ENIGMA que lá tenho. Vá lá, espero por ti.
Bom domingo.
Beijos.
Boa semana.
Miga, não lamentemos; demos as mãos e façamos a nossa resistência, cada um de nós como puder, contra a mediania e o pavor que existe a quem brilha.
Bela e ternurenta a ideia de pirilampo. Pois, a inveja e a pulhice humana têm medo do brilho dos outros.
Uma vez escrevi sobre Belgais e alguém me chamou a atenção que «não era bem o que parecia»... Era, sim, infelizmente.
Um beijo
Ah, gostei dessa história do pirilampo. É isso mesmo... ele brilha, pequerrucho e voando, ele brilha!
Mas será que os portugueses, alguma vez, uma só que seja, fizeram outra coisa?!...
Ainda hoje pensam que tiveram um Império. Pior do que isso: pensam que ele existe!
abraços!
www.tintapermanente.com
eu também fui a Belgais e também não compreendi nem o que era, nem o que parecia, nem o que queria ser, tal como não compreendo o que aconteceu...
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