quarta-feira, outubro 28, 2009

Pelo Douro ainda

Da inesperada flor

Da candura dos cordeiros ontem nascidos

Do veneno dos actos fortuitos
parecendo belos

Dos caminhos-pedra entre a despedida das vinhas

Sempre me chama um Outono mais variado
que o da cidade.
O cheiro, as cores.

O tempo encurta, os olhos alongam-se, fogem as palavras-letras.

(não visito amigos mas (re)conheço-os todos quando me passam à porta,
grata sou aos persistentes)

A chave desta ausência é mesmo
o pesado "caminho-pedra-palavra-letra"

21 comentários:

Meg disse...

Bettips,

É desta que vou rever essas margens, esses dourados vinhedos!

E tu, percorrendo os meus caminhos...como sempre os mesmos passos, os mesmos cheiros.

Persistente não sei se serei o suficiente, mas esforço-me... por ti.

Beijoooooooooo

Maria disse...

Serão duros esses caminhos, mas vale a pena percorrê-los...
Lindas fotografias!

Beijinho, Bettips

hfm disse...

Obrigada por este teu olhar de viajante poeta.

Anónimo disse...

E
Descanso o olhar nas imagens.
A tranqulidade que me chega daí alimenta os meus dias cheios.
O tempo, que corre apressado à frente das minhas intenções, parece aqui calmo, eterno...
Um beijo
I

jl disse...

«O tempo encurta, os olhos alongam-se, fogem as palavras-letras»...
Compreendo.
Mas porque te dói, tanto assim, «o pesado "caminho-pedra-palavra-letra"»?

Salve, amiga.
Beijo

Mar Arável disse...

As cores as flores os frutos

infinitos

Licínia Quitério disse...

Há o tempo do caminho-pedra. Haverá o da palavra-letra.

Percursos teus. Só teus.

Beijo.

Justine disse...

O Outono é belo e áspero. Sol enganador, como os cogumelos vermelhos.Mas os pássaros cá andam, cantando encantados com a doçura dos dias.
Deita-te ir. Salta as pedras. Agarra as palavras.Ou os silêncios...

Alberto Oliveira disse...

... não te amofines mulher, que isso passa. Os caminhos (voltamos às obras públicas do nosso descontentamento?!)hão-de abrir-se para dar passagem às tuas palavras, mais dia menos dia. Digo-te eu, que não faço vaticínios antes dos jogos.
Entretanto, se puderes, vai editando imagens destas que falam por ti.

Legívelmente Insistente.

M. disse...

Uma bela e original maneira de falares dos teus silêncios temporários. Gostei muito.

Manuel Veiga disse...

doridos os caminhos-pedra. na sua beleza.

... e a sedução dos venenos!

(não há bela sem senão...)

beijo

mdsol disse...

Que lindo Bettips

Beijinho de quem anda cheia de trabalho e, por isso, não tem tempo para vir demoradamente fruir estas coisas importantes.
Mais beijinhos

:))))

mena maya disse...

Vim aquecer-me ao sol das tuas palavras e reposar o olhar nas belas fotografias.

Por Berlim já inverna muito:-(!

Beijinhos

amigona avó e a neta princesa disse...

LINDO!!!!!!!!!!!!!
Beijos

A Lusitânia disse...

mas ficam as tuas flores nascidas da pedra ...

Ruela disse...

Belo Douro!

Victor L. disse...

Em dias húmidos e cinzentos de Novembro, estas imagens do Douro parecem um sonho.

Rui Fernandes disse...

Essa mulher é do Norte! diria o mano. Agora que ele não está, cabe-me visitar-te e persistir, com saudade dos nossos escassos e espaçados encontros no mundo do real.

jrd disse...

Demasiado distraído, ia perdendo esta bela balada de Outono.

jawaa disse...

Ai esses venenos de encanto que nunca vi ao natural!

Arábica disse...

Caminhos de pedra
a intervalo com mãos de amigos.
Quem trará maior fruto? a pedra ou a terra? Do nevoeiro denso que se levanta, acorda o rio. É sempre nova a água que lhe foge e contudo, aos cegos, parece igual.
Verão eles, cegos, as pontes estendidas?
Espero que sim. Sempre.
E que persistam.

Um abraço, Bettips.
Grande.