domingo, fevereiro 23, 2014

O meu mundo não é deste tempo

Não quando é dito "que o país está melhor, o povo é que está pior".
Vergonha nessas caras, precisa-se.
Tive há dias, um poio de cão nos meus comentários: coisa que nunca me tinha acontecido. Todos sabem onde moro há décadas, onde os meus amigos, onde os meus inimigos.
Também por isso tenho presente, e cada vez mais, que os cães ladram, fazem congressos, acenam bandeiras, julgam, juntam-se no mal-dizer. Mas EU procuro remover SEMPRE os dejectos do meu lugar. Mesmo em forma de gente.
***
Que, em verdade, o meu mundo é outro.
Da palavra, da imagem, do interesse pelas coisas verdadeiras, do social, do simplesmente humano, do mais desfavorecido que eu. Começa TAMBÉM em casa, perto de nós, o tal de "socialismo".








Por estas e por outras, lembrei Camilo, o que escrevia para sobreviver, por encomenda, para pagar as contas e os dislates, contando as desventuras do povo que lhe passava à porta, de quem ouvia falar ou que encontrava nas suas deambulações.
As fotos são de Vilarinho de Samardã.
Nestes lugares encontro o povo que os políticos ignoram.









Porque no chão das coisas comuns, o tempo e o mundo são outros.






Quem é, pois, esta gente que fala com erros de gramática, gesticula com mau gosto e governa "o tal país que está melhor"?

5 comentários:

Anónimo disse...

saudades. beijo
I

Manuel Veiga disse...



pindéricos a desejar roupas de marca e automóveis topo de gama...

... e alguns a ganharem com o sofrimento do País.

abraço

Justine disse...

Nesse ou noutro lugar, se soubermos e quisermos ver, iremos encontrar esse povo que está pior, que não sabe o que fazer da vida, tão sem esperança olha para o futuro! Esse povo que é do nosso mundo, e não do mundo onde habitam os ignorantes, arrogantes, provincianos e desumanizados lacaios dos donos do $poder$...

Lizzie disse...

É o kitsch de e na política.
Em toda a sua plenitude.

Quanto a gestos e indumentária, seria muito longa a conversa...



Bjs

M. disse...

Cansaço, muito cansaço, do que nos parece absurdo e do que sentimos como absurdo e o absurdo agride, desgasta, desalenta-nos, retira-nos a força.