sexta-feira, agosto 10, 2018

Os lugares, os fogos

Quando os jovens rapazes conheceram o Algarve nos anos 60, era a "tropa" que os mudava para lugares o mais longe possível das famílias. Aqui em casa fala-se de Évora, de Tavira desses tempos, como se de outro mundo se tratasse. O Algarve - ir para, em férias - foi para nós, do Norte, uma conquista enorme. Temos algumas recordações, de raros passeios com amigos que na altura tinham carro e posses, de caminhos em terra, de alguns horizontes sem prédios ou aldeamentos. Anos 70. Depois disso, só em 1982, como família e porque havia uma criança e praia garantida: quinze dias eram uma revolução, a viagem uma jornada épica.
Porque lembrei Monchique.
O sorriso do pastor, 1995


Passagem pela Vila de Monchique, 2012

Subida à serra

entre nevoeiros como vagas mágoas à solta, nas curvas do caminho, logo sol a seguir



No alto da Fóia





O último grande fogo na zona toda foi no Verão de 2003. Todas estas fotos são sequência, da serra em 2012. Um eucalipto, para ser vendido e rentável, demora 10 anos a crescer; um pinheiro, 30/35 anos. As conclusões são fáceis de tirar: "dinheiro vivo e fácil".
Os ministros, e só contando a partir de 2000... esses são uma porra(da) deles, cor partidária de acordo com a governação que conhecemos: eram nomes à solta, da Agricultura, do Ambiente, do Mar, das Pescas, do Ordenamento do Território.
 
A Terra, a serra, as habitações, mais uma vez ficaram em cinzas.


4 comentários:

Teresa Durães disse...

Um castanheiro ainda mais tempo que um pinheiro por isso ninguém investe. Lembro-me dos anos 80 onde ia com a familia para São Martinho do Porto passar férias de verão. Nunca esquecerei

Isabel disse...

O Algarve também foi o destino de férias da minha família, durante cerca de 20 anos. Agora, já lá não vou há uns 10 anos ou mais.

O dinheiro comanda a vida , infelizmente, e não o sonho. Não acredito em nenhum político. Deixei de votar há uns anos.

Bonitas fotos:)

Beijinhos:)))

Justine disse...

B., o luto leva-me a dizer coisas que não sinto para não falar das coisas que sinto fundo, doridamente. Foi muito bom ler o teu mail, a força e o carinho que as tuas palavras transmitiram. Voltarei aqui, sempre, não sei se também ao Quarteto.
Abracinho

alfacinha disse...

Monchique lembro-me a minha visita como espetâculo para os olhos . E agora só resta uma serra destruida pelas chamas …...Desastre
abraço