Tal como quando foi o terramoto sentido em 28 de Fevereiro de 1969, lá no "Paraíso" não se deu por nada! Assim também a noite de 24 para 25 de Abril de 1974. Vivia e trabalhava entre "mangas de alpaca", horários rígidos, muito respeito e muito medo... Um colega mais velho tinha-me dito à entrada do prédio: "parece que houve qualquer sarrafusca em Lisboa, ainda não se sabe o que vai dar". Assim mesmo. Só à hora do almoço nos demos conta da enorme Revolução transformadora da sociedade muda e restrita em que se vivia.
O meu primeiro gesto de luta contra as normas, foi levar um rádio portátil para ter na gaveta do escritório e ouvir as notícias, durante a tarde. Altamente proibido. Adivinhava-se pelas idas e vindas das chefias e arrabaldes delas, algum desconforto e receio. Nada de alegrias. Depois, foram anos de dedicação, de sacrifícios, de, como direi, "segredos" de contorcionista. Fomos ficando para trás nas hierarquias. Medos e lutas.
Penso-me em tantas coisas acontecidas e não me desvio do que considerei essencial. Tento o mais possível ter coerência nos actos e razões. A escolha em Liberdade, das coisas e das pessoas.
25 de Abril, sempre!
E hoje, com tantos sinais de perversidade aqui e no mundo, direi, convicta: Fascismo, nunca mais!
3 comentários:
Acredito que nunca mais!
Abraço
façamos coro: fascismo nunca mais. 25 de Abril, sempre.
O 25 Abril trouxe-nos outro país, outra força, outras perspectivas!
Que o saibamos continuar!
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