quarta-feira, março 06, 2024

As últimas semanas de Fevereiro no PPP

E chegámos ao fim do passa-tempo e passa-pintor! Foi bom andar atrás de pinturas para entreter, que este mês foi tramado!

Fomos desafiados por Salvador Dali, no dia 22.

Controverso, exuberante, surrealista, extravagante. Tudo isso de um pintor que marcou parte da cultura do século passado. Um tema que ele utilizou várias vezes nas suas pinturas oníricas: o tempo/o relógio que parece deformar-se sob a acção do calor. Encontrei-o numa montra em Espanha; e dali, logo me lembrou Dali!

Falando e pensado há muito tempo, numa passagem em Barcelona. Acho que terei um postal algures, de um quadro dele, eventualmente comprei-o mesmo aqui, nesta galeria. Chama-se "Figura na Janela", de 1925, e representa a irmã, Ana Maria, de costas olhando o mar. E essa posição fala-me de mim.

 

Dia 29 – Paula Rego

De tudo o que sei e aprendi sobre Paula Rego e a sua pintura, seria redundância minha tentar explicar os sentimentos que me provocam. Tanto mais que não gosto, nem aprecio, muitas das suas obras, tão sacralizadas pelos apreciadores de arte. Uma Mulher importante na nossa cultura e contra-cultura, isso sim, aceito e compreendo. Deixo uma imagem do Museu maravilhoso, A Casa das Histórias, que visitei, e em boa hora foi criado para termos uma visão abrangente da pintora, das pinturas e outras artes em que se desdobrava. 

A gaivota vigilante no topo do edifício


Algumas das obras que apreciei, expostas no museu. "O Anjo" uma das pinturas de que Paula Rego muito gostava.


Estas da Gulbenkian, em outro tempo de passeio


 

Apenas porque me lembrei de um quadro de que encontro várias versões e sempre me interpela os sentimentos: S. Sebastião-mártir, crivado de setas, e os indiferentes na passagem.

Sobre a Arte que exprime tão bem a beleza e o sofrimento.



1 comentário:

bea disse...

Um belo périplo, bettips. Um dos meus rapazes tem esse relógio a escorrer estante abaixo. Deve gostar de Dali. Eu gosto dele e do pintor. Do último não sei bem porquê nem me interessa saber, gosto e já está. Não paro assim tanto a olhar o mar, mas uma das minhas almas, estou achando que tenho várias, é de gaivota.

Eu gosto de Paula Rego e do ar masculino e forte das mulheres que pinta. Penso saber o que nos quer dizer com essas figuras quase grotescas, bastante rudes, desagradáveis à vista (interpreto de mim a mim). Nunca fui à Casa das Histórias e já deixei de ter curiosidade sobre ela, mas parece-me bem o nome, cada pintura conta uma história nossa. Do mundo escuro das mulheres portuguesas e de que não há meio de nos livrarmos. Sobretudo porque isso depende mais dos homens que delas. Maria Lamas expôs em fotos, mas Paula Rêgo pintou o que existe por debaixo das muitas mulheres fotografadas. E o essencial era e ainda é sofrimento, trauma e etc que ali se queira ver. Elas apresentam-se estando.
Bom fim de semana, bettips