Hoje a minha mãe disse que os dias mais felizes da vida dela foram
- quando eu nasci e no dia do meu casamento.
E porque não encontro medida nem para a ignorância nem para a maldade de então, anos 40/50/60;
nem para a desfaçatez de agora,
fica um apontamento que me comove e de certo modo ligado a essas épocas:
Vilarinho da Furna e a exposição no edifício do PNPG,
com pedras da aldeia submersa, recuperadas,
e reconstrução da vivência desses tempos.
Na Wikipédia, em inglês (na página em Português a descrição é curta!), é bem explicada a história desta aldeia comunitária, onde se exercia "uma democracia participada" que não agradava de todo ao regime.
Visitando a exposição, podem ler-se inúmeros testemunhos de escritores e ensaístas bem como fotografias da época (aqui reproduzidas).
Miguel Torga descreve duma forma sublime a sua despedida desta aldeia, no seu "Diário XI", em "Gerês, 6 de Agosto de 1968"
(a tal de "electricidade", pagou de indemnização
o preço de metade duma sardinha, 5 tostões, pela terra,
5 escudos/m2 pelo espaço ocupado,
com uma mala de contos de réis resolveram o passado, o presente e o futuro,
a vida e a morte de 300 pessoas
- vem a propósito do aumento da conta da luz, não é verdade? porque sempre os mesmos sacam o mesmo, bem que tragam canudos e laudas,
folhas com gráficos a subir e a descer,
que lhes ficam tão bem no falar).
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sexta-feira, setembro 02, 2011
De tempos idos e não voltados
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Vilarinho da Furna/Setembro
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