






Das minhas curiosidades "relativas", segui para os apontamentos que sabia ter algures.
Sobre a abertura da rua nobre - que preserva ainda algumas casas de traça antiga, com belíssimos azulejos e jardins de traseiras - em terrenos doados pelo tio de Almeida Garrett.
Domingos do Rosário do Nascimento e Almeida possuía propriedades naquela área, ali viveu e instalou uma fábrica de chapéus no séc. XVIII.
Domingos do Rosário do Nascimento e Almeida possuía propriedades naquela área, ali viveu e instalou uma fábrica de chapéus no séc. XVIII.
Acerca do Palacete imponente dos ilustres fidalgos da cidade oitocentista, construído já em meados do séc. XIX, a nobre linhagem dos Albuquerques, Mellos e Cáceres
As famílias frou-frou eram donas duma das melhores cocheiras da cidade, com a entrada precisamente onde estão os plátanos e o portão.
Nasci mais longe, cem anos depois, sem fidalguia noticiosa, onde agora há ervas e o sítio eventual. Talvez no antigo lugar das palhas dos animais e no presépio que a doce avó me fez no seu regaço.
A construção luxuosa do condomínio incluíu uma área no rés-do-chão, envidraçada, virada para as traseiras, com saída para duas ruas. Esteve desocupada muito tempo e eu sempre a espreitei pelos vidros.
Recentemente, arquitectos - só pode! - decoradores, lojas de vintage, de autor e galerias de arte, foram-se instalando naquele espaço luminoso e arejado.
Algumas peças de arte são expostas pelos corredores: daí a figura geométrica negra, parecendo uma construção de diamantes lapidados, como uma amiga lembrou.
Da velha cocheira e da quinta cheia de árvores, do lugar de camélias que nunca as minhas bolas de sabão alcançaram, fez-se-me um sentimento algo pessoal, penumbroso, agudo e conhecido, tal como a escultura que encontrei no acaso.
Memória em pirueta no tempo.
Memória em pirueta no tempo.