sábado, janeiro 17, 2009

Dia sem engenho









Tristonho.
Tal como um "hoje" qualquer.

As eternas posições/preocupações/aflições-ecológicas/ambientais.
Da beleza de sítios gastos.
Mal lhes ponho o pé, saltam os olhos e o dedo, em fotos de tudo o que está podre e abandonado.
Abanar a cabeça com desaprovação. Cogitar o "se", que já me vou habituando ao "porquê" de tanto progresso em cimento.
Em cinzento.

Descia uma estrada molhada, entre os tons das ervas altas, as pedras brilhantes.
Chovia no tempo e na casa sombria, no telhado desamparado.
Um grande silêncio de ninguém.
Até um declive como reclinado sobre o rio.
Tão belo que o escolheria (também) para ficar.

16 comentários:

M. disse...

Belíssimo este teu discorrer em "Dia sem engenho".

Licínia Quitério disse...

E o teu olhar aguçado e o dedo pronto e a palavra logo atrás (ou sobre) desenrolando o filme do dia que nos mostras. Sem engenho? Ah sim, o dia.

Um gostinho bom.

Beijo.

tulipa disse...

TENHO ESTADO AUSENTE...
Os problemas com a m/sobrinha têm sido a causa do meu afastamento.
Ela tem estado muito mal, no início da semana teve uma paragem cardíaca e teve que ser operada, com apenas 26 anos!!!
Agora está um autêntico vegetal, ligada a tudo que é máquina...

Mas, hoje decidi visitar alguns dos blogues amigos e cá estou.

Aquando da minha viagem à Índia (estava lá há 2 meses atrás) houve tempo para aventuras, turismo e Solidariedade, como podes constactar no meu ultimo post.

Bom fim de semana.

hfm disse...

Deixa que percorra lentamente cada lugar... depois que me encerre nas palavras e as sinta e as solte no caminho percorrido. Belíssimo!

Manuel Veiga disse...

é bom seguir teus passos. em viagens que são uma "dor de alma". e uma vontade de ficar...

beijos

vida de vidro disse...

Dia sem engenho, quem diria? Gosto de percorrer pelo teu olhar esses caminhos. Em dia cinza. Como hoje. **

teresa g. disse...

Acho que o que está podre e abandonado é belo porque vem de um tempo em que as coisas se viviam devagar o suficiente para não esquecer as pontes entre pessoas, e entre as pessoas e a terra.

Também não sei o porquê de tanto cimento. Só sei que somos olhados como bichos raros se o dissermos em voz um pouco mais alta.

Beijos

Isabel José António disse...

Queridos Amigos,

Partilhando um pedaço do nosso Domingo convosco, actualizámos os nossos Blogues principais.
Com o Caminho do Coração http://reflexoessentidas.blogspot.com/ reflectimos, com a ajuda de Fernando Pessoa, sobre a CONSCIÊNCIA.
No Observatório http://diarioestetico.blogspot.com/ vimos como um aparentemente “vulgar” nevoeiro pode dar origem a um OLHAR renovado…
No POESIA VIVA http://flordojacaranda.blogspot.com/ oramos pelo Planeta e finalmente, no nosso blogue em Inglês http://newsletterfromlisbon.blogspot.com/ admiramos Lisboa, essa “Musa” que nunca deixa de nos inspirar…

Um abraço nosso e desejos de uma BOA SEMANA!

Isabel e José António

Lisboa 18 Janeiro 2009

Isabel José António disse...

Que belas fotos que criam um ambiente tão melancólico, mas especial...

Um abraço,

Paulo disse...

Bettips,
o que dizes e o que mostras, junto com as palavras da Jardineira, lembra-me o que diziam e escreviam os românticos do séc. XIX, quando o progresso começava a abrir caminhos pela natureza, inundando-a de estradas, fábricas e comboios. Eles lá tinham as suas razões. Seriam retrógrados por quererem preservar o que queriam que se mantivesse intocável? Por que continuamos nós a ser românticos?

Justine disse...

Chove no tempo, nas casas abandonadas, e no nosso coração. Talvez o rio...

Fátima Santos disse...

vai lá dar uma forcinha
http://intervalos.blogspot.com/2009/01/convite.html

Teresa Durães disse...

sempre que vejo casas destruídas penso sempre que era tão bom deitá-las a baixo e deixar que a natureza tome conta do lugar

A Lusitânia disse...

but even in a foggy day is there your light

Arábica disse...

O engenho das tuas palavras a quebrar o cinzento, a resvalarem ravina abaixo do cimento os dias...



Ervas altas, cheiro a terra molhada.


Que chova. Mansinho...


Um beijo

Anónimo disse...

O mesmo sentir com um diferente aconchego (a palavra).

Ah! Mas sempre essa tua particular sensibilidade!...

jl