No nosso PPP, a palavra foi, algures, "aconchego".
Escolhi um banho de pombos distraídos. E conforme as personalidades das pessoas que conheço (algumas), os comentários vários fizeram-me acrescentar, como ideia surgiu e já acrescentada de novo:
...penso que estão a escolher o "que tiver mais penas" para chefe??? prrresident, como se diz...??? do grupo parlamentar dos "pombos-sem-ser-correios", os PSSC.
As assessorias, os encostos, as comissões, os aconchegos. O primo, o amigo de infância "mais ou menos" alimentada com as migalhas que fomos deixando cair.
Ou seja, no cerne da fotografia, o meu pensamento cavalga noutras direcções:
o mar bravo da Foz estava ali ao pé - o mar dos desempregados, aguados na lama das inundações, os injustiçados, os encolhidos de frio, gente do tipo arrumadores e moedinha, famílias recorrentes dos saquinhos de compras do "essenciale", um feijão, uma massa, leite, salsichas (mas quê? queriam robalo? queriam alcatra? rosbife?), a nossa gente comum desorientada pelos carros de milhares (de contos) vendidos em Braga, as multi-coisas que se deslocam aos sss pelo mundo como lombrigas (e não me surge uma imagem mais nojenta).
Eles, os pombos indiferentes, em conluio (desculpem, bichinhos!), sereníssimos, numa poça de água da chuva dizendo uns para os outros "abaixo o déficit da água, mergulhemos - acima os 30 e tal por cento de ganho na Bolsa, joguemos".
As gaivotas? Ah... essas não mandam nada, governam-se como podem, andam no vaivém da onda, inteligentes de Davos, na babugem do liberalismo.
terça-feira, janeiro 05, 2010
O banho deles
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Pombos na Foz 09
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17 comentários:
Perco-me a olhar as fotografias do teu mar daí..........
que beleza, Bettips!
Beijinho
E de novo a simbiose perfeita entre imagens e texto.
Metáforas que são verdadeiros Golpes de Asa.
Um abraço
A voar também
é possível contrariar o vento
Bom ano
as fotografias esão expldidas!
Magnífica crítica social, amiga! Imaginativa, ceteira e dismistificadora.
Belíssimas as fotos da tua sensibilidade!
"abaixo o déficit da água..." os pombos (coitados!) são carneiros...
excelente imaginação. a tua.
abraço
Pois eu vou dar milho aos pombos
depois dos meus afazeres
que andar por aí aos tombos
é o pior dos lazeres.
É o pior dos lazeres
fazer parte do rebanho
um dos meus poucos prazeres
é rimar e tomar banho.
É rimar e tomar banho
olhar os pombos em bando
falar com com eles não m´acanho
tal loucura não comando.
Podia-me dar para pior. Beijos e sorrisos amigos.
banho tão belo
que esqueço
o frio
e mergulho
assim
como ave
por dentro
de
estrela,
[ beijo, querida bettips*
~
esqueço tudo o resto
mas voarei de novo,
já, já, logo,,,
~
Belas fotos, lúcidas palavras, triste realidade, negro fado! :-((
Abraço
Pombos ao frio.
Migalhas de ontem a encher corações.
Que mundo este, amiga!
Beijos
A gente sempre vai aprendendo qualquer coisa: eu a pensar em caviar e em trufas, e a bettips a lembrar-me o robalo, a alcatra e o rosbife. Deste último desisti eu, que mo trazem sempre muito mal passado. Feijão, sim. Ainda ontem comi um frade com muito vinagre, cebolinha e salsa a acompanhar uma posta de atum de lata ornamentado com rodela de ovo cozido. E o melhor que a gente leva da vida é o que cá vai comendo. Os pombos também comem, eles comem tudo ... mas sujam muito.
Afinal em Braga ainda há contos, mil e um contos, como em Bragança há as Sherazades e Portugal é, pelo menos no mapa, um tapete persa.
Mas também podia ser o charco de água onde nos banhamos todos, distraídos, muito distraídos!
(Peço desculpa pelo ponto de exclamação, já que está na moda exclamar sem ponto)
Inventei um ponto de indignação, mas esse ainda não o tenho no teclado.
A mim podia dar ainda para muito pior. Sendo assim, despeço-me com muitos beijinhos para ti, bettips, e para todos os nossos amigos.
Ah, a fúria do mar da Foz! E outras fúrias que hão-de vir. Talvez mesmo dos insuspeitos pombos...
A fotógrafa estava lá :)
Um beijo.
Bem, este contratste entre as imagens (belíssimas) e o texto está soberbo!
Parabéns!
Minha cara amiga.
Tenho andado muito longe daqui, talvez em dois sentidos: primeiro, porque já não venho muito à net - famille oblige!; depois, há a diferença em fusos horários, estilos de vida, preocupações materiais e sociais que são a consequência de me ter fixado definitivamente (apesar do relativo significado do termo)nos USA. Continuo perto, no coração, dos meus velhos amigos, que vou recordando, e de quem me vou inteirando, em conversa com o mano Rui.
Vejo que aí ainda há pombos e charcos de água. Que saudades! Aqui só se vê neve (estou retido há 3 dias em Seattle), e neve, e neve.
Desejo-vos, e nisso me acompanham a Teresa ("Patanisca") e a pequena Myriam, um excelente ano de 2010. Beijos.
E assim aconchegas as tuas farpas, que as tens sempre afiadas e certeiras, e dás asas a essa imaginação fértil e imparável.
Um abraço grande.
Por acaso os pombos sempre me lembraram homens vestidos com fraques em dias de festa. Até o andar lembra.
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