Há que anos por ali passava... Um palacete Arte Nova, do início do séc. XX. Foi doada pela tal Viscondessa à Câmara do Porto. Cheguei a vê-lo como pertencendo aos Serviços Sociais para jovens deficientes, tratados os jardins e com algum movimento. Todos os invernos assistia à floração da bela magnólia na esquina: flores rosa-lilás que brotavam directamente dos ramos, sem folhas. Assim sabia que ia chegar a Primavera. Há-de haver um desenho dela que ensinei o meu filho a reconhecer.
De como está, em abandono
Procurando referências, encontrei imagens do seu interior, elegante, cheio de pormenores florais e vitrais coloridos. Nunca hei-de perceber "estas coisas", do deixar andar, de deixar a descontrução do tempo tomar conta dos espaços e torná-los selva e ruínas. Que negócio se ocultará para este lugar? Pelas décadas que vivo nesta área, aflige-me ver a destruição da memória dos espaços verdes e antigos.
4 comentários:
De lamentar mesmo!
Abraço
Há seguramente negócios por trás da falta de cuidados, os "negócios" justificam todas as decisões...
E tem ainda um aspecto tão bonito e bucólico. Uma casa assim, desde que recuperada, teria muito visitante e talvez desse para ir pagando o investimento. Mas qualquer dia é hotel, ou casa particular. E perde o espírito da viscondessa e família, partem-lhe a coluna vertebral, amorfa.
O desapego ao passado é uma das nódoas portuguesas. Nódoa de alma/espírito a que damos guarida. Talvez por temperamento; ou por miséria de intelecto associada à ganância.
Pois...
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