As manhãs só me entusiasmam como projectos de sair, ou de estar fora. Qualquer viagem me consola de madrugar num sobressalto indisposto. Relembro os tempos ainda cedo levantada, para ir trabalhar e chegar antes de todos. Para tentar organizar em sossego o que teria de fazer pelo dia adiante. Não me foram fáceis as madrugadas da vida! Com 10/11 anos tinha de me levantar antes das 6h da manhã e andar dois quilómetros??? entre terras e pinhais, para apanhar a camioneta das 7h. ou 7 e um quarto. Com chuva ou ainda de noite, os campos gelados, não são boas lembranças.
Nunca fui grande adepta do levantar enérgico de algumas pessoas que conheço. Talvez que "ser do campo" tenha essa premissa associada: levantar com as galinhas! A minha preferência vai para "adormecer com os galos". Ou seja, gosto das madrugadas ao contrário.
Portanto, trato de escolher alguns momentos, de levantar em manhã cedo, que me deram prazer
Lembrando um ano em que se quis ir ao sapal ver o nascer do sol e as aves, pelas 6h da manhã já se estava a postos. O acaso não foi famoso: amanheceu enevoado e chegou-se a um dos braços da ria onde não se podia avançar mais, em segurança.
E outra manhã cedo, dramática de cores e por acaso, em varanda de cidade
Esta apareceu, uma manhã recente, "nublada" e com os sons das andorinhas nela: como que uma campânula de tule sobre as coisas, sobre o mar.
1 comentário:
Já gostei, indiscriminada, de todas as manhãs. Pertenço ao comum da gente do campo, levanto-me cedo e tenho muita pena de não adormecer com as galinhas. Hoje gosto das madrugadas de viagem, partir para algum lugar é um prazer, ainda que não haja fotos. Mas há ainda o encanto diário de andar pela casa a sentir que nos pertencemos, num enleio mútuo e só nosso. Alimenta-me os dias.
A sua foto dramática está uma maravilha, bettips.
Boa semana
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