quarta-feira, novembro 11, 2009

"Estamagada"








Os pedidos e as justificações, os olás e os adeuses, não chegam a nenhuma parte que o olhar do espírito possa definir:
"cada um tem a sua vida", diz-se muito; demasiado acho eu.

E as pontes levam a um nevoeiro ainda mais denso
quando dentro dele vemos unicamente à nossa volta,
nada mais.

Brincando com palavras velhas, dir-se-ia que a força anímica anda "estamagada" de viver, no assim que é o presente.

Será simplesmente a nossa terra primordial que recua mais e mais
desorbitada
para um solstício de vida-inverno.

(sabemos que vem a primavera, virá o verão, etc e tal
mas...
quem estará aqui?)

16 comentários:

Meg disse...

Bettips,

E fui, e voltei, e pensei e passei por ti, e o Gerês é lindo, e é tão parecido com a minha Freita (ou vice-versa, e vi pedras, cascatas, rios, flores, apesar do Outono, e vim encantada, e vim ver-te, ainda com a alma ainda embriagada do verde, do cheiro, do frio.
E, como sempre, "senti" as tuas fotografias...

Um beijo

hfm disse...

Estaremos mesmo com nevoeiros de diferente espécies. Belíssimo.

propranolol disse...

"Lisboa, velha Lisboa,
mãe pobre à beira do rio
seja o xaile dos meus ombros
agasalho no teu frio".

Alguém escreveu. Alguém cantou.

Justine disse...

Antes que chegue a primavera, o nevoeiro há-de dissipar-se um pouquinho - lentamente, para que a tomada de consciências seja funda. Mesmo que não seja no nosso tempo, havemos de lá chegar!
(Magnífica, a primeira foto!)

Rosa dos Ventos disse...

Sabemos que tudo se renova, menos nós!
Melancólico o teu post, de acordo com as belas e nevoentas imagens!

Abraço

Alberto Oliveira disse...

ah! as pontes, as pontes.
As pontes que fazem ponte com tudo aquilo que nos une.
As pontes onde se (des)encontram inimigos figadais.
As pontes que nos atiram à cara e que nos custam os olhos da dita.
As pontes necessárias.
As pontes que não lembram ao diabo.
As pontes mais os fins-de-semana.
Aponte aí que logo passo por cá e pago...
Não aponte que é feio.

Breve apontamento: Beijos.

teresa g. disse...

Em vez de pontes constroem-se muros...
Bolas amiga, é isso mesmo. Às vezes parece que há um inverno que se eterniza.

Beijos

Maria disse...

Gostei das tuas fotos. Mas mais ainda das tuas palavras.
Quando o nevoeiro se dissipar as palavras serão cheias de sol...

Beijo

mena maya disse...

Por vezes nem as pontes nos valhem, quando o nevoeiro é tão denso que não nos deixa ver o chão que pisamos...

Até que um afago do sol o dissipa e nos deixa ver tudo claro de novo!

Belas fotografias!

Beijinho

A Lusitânia disse...

o teu nevoeiro ... e por entre ele fiquem os recortes.

Sei-te por cá!

M. disse...

"Estamagada"! Nunca ouvi tal palavra! Olha que o nevoeiro obriga a abrir mais os olhos... E pelo menos nas tuas fotografias é belíssimo.

jrd disse...

Para cá do nevoeiro, a ponte somos nós. Para lá, seremos?...
bfs

Alien8 disse...

Bettips,

Saliento aquele "Demasiado, acho eu."
Realmente, para além de constatação óbvia, a expressão serve para instilar aquele individualismo egoísta que nos encurta as vistas e nos fecha aos outros e ao futuro.

Estamagada? :)))

Beijinho.

bettips disse...

Bem sei que não existe no dic. mas eu ouvia: pequena era, as pessoas diziam "estamagada"? seria a contracção "estou esmagada"... de trabalho, de cansaço, etc. Nas condições em que o diziam, eu percebia bem!

Mr. Lynch disse...

Bettips;
Lindas palavras, mas as fotos... Belas, muito belas.
Já reparei que és uma excelente fotógrafa e já vi fotografias tuas maravilhosas. Mas estas... imbatíveis!

Manuel Veiga disse...

as pontes serão necessárias, mas "incomodam-me". sinceramente, prefiro as margens. e atravessar a nado, quando se impõe...

chatice as primaveras que "hão-de vir...". sempre...

beijo