Vista de Tenerife, ao centro o Teide, à esquerda "Los Gigantes" - foto Wikipédia
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Há já semanas, esta foi a minha imagem no PPP para "Solidão". Limitei o meu pensamento a um único sítio, apesar da interpretação tão vasta. Uma ilha, um lugar onde me deparei com mundos de silêncio que não esperava encontrar.
As fotos são antigas, lembrei-as em tempo feliz.
Los Gigantes ficam na parte de Tenerife Secreta ou Isla Baja, no litoral noroeste. Estradas estreitas cortam encostas escarpadas ou imensas plantações de bananeiras. Procurar uns rochedos loucos dos quais unicamente se leu um pequeno apontamento: caem de alturas de 600 m para o mar e descem à profundidade de 30 m abaixo da superfície. Como as ilhas Canárias são vulcânicas, é com um temor instintivo que se olha para o majestático vulcão Teide, autor de toda a incrível e mutante paisagem.
No fim do dia longo, aproveita-se um sol oblíquo que desce lentamente, viramo-nos para o seu leito de mar rosa e para o poente mais poente.
De repente, passado um pequeno relevo, salta-te o espanto: "olha, é aquilo!". E páras em silêncio.
Só se pode ficar calada, num momento de tal solidão, em que tudo te fica para trás e ao longe.
Na descida, olhamos o complemento do sonho misterioso: um aldeamento de luxo subindo pelas encostas, harmoniosamente compostas de árvores, pedras, arbustos floridos. O tesouro que reconheces não pertencer ao turismo de massas mas ao turismo do cartão dourado. Ou aos curiosos passantes como eu.
Uma marina acomodada de iates elegantes e serenos, um mundo principesco, lojas de moda como a Burberry, vês nomes e julgas estar em Londres, lojas gourmet, restaurantes de luz e cortinas veladas, carros silenciosos, onde tudo parece ter-se posto de acordo com o luxo informal.
Sais por onde vieste porque a parede rochosa ao fundo parece encerrar o palco: acabas de espreitar, intrusa, o reino enigmático dos solenes muito ricos .