terça-feira, fevereiro 13, 2007

Árvores Com História (1)




Dos meus primeiros contactos neste mundo virtual, o "Dias com Árvores", e a segunda edição do livro "À Sombra de Árvores com História". Que encomendei e recebi pelo correio, alegre, como se dum álbum de gente conhecida se tratasse.

Camélias foram as ligações fortes, ligações românticas, o meu encanto precoce pela flor/cor mas sempre vivi à "sombra dessas outras árvores".
As que foram cortadas ficam na memória desse tempo.

O medo da "árvore da forca" no Jardim de Cordoaria, onde brincava ao domingo à tarde.
A minha avó linda guardava-me. Entretimento de criança era levar pão para os peixinhos do lago e para o bando de patos, em alvoroço, que já nos conheciam. E correr entre as árvores, às escondidas.
Este livro tão poético, de fotos e histórias das árvores do Porto, não pretende ser um tratado de botânica. Antes me parece uma reunião da paixão por árvores e, assim, uma forma de as conhecermos, protegermos e amarmos melhor.

Qualquer um de nós que aqui tenha passado a infância e juventude, acompanhou as estações do ano vendo esses seres com ramos e asas. Recordo bem o cheiro de Primavera no jardim do Carregal. E o Outono, quando começava o liceu, todo o caminho da Batalha, S. Lázaro, Rua do Heroísmo, onde as folhas marulhavam ao sol da manhã, com um rumor de pequenas vagas de papel.

Para que daqui a algum tempo esta não seja uma obra de ficção, é importante ler este livro e, passo a passo, reconhecer as nossas amigas da cidade.

E talvez que mais alguém o faça, noutros sítios, noutras cidades, obrigando os responsáveis a repensar os abates, as podas selvagens, o desastre que é o desaparecimento dessas nossas raízes à terra: as árvores que conhecem a história da nossa vida.

26 comentários:

segurademim disse...

... interessante! as memórias vêm quando pensamos nas árvores da nossa infância

relembro os jacarandás, do jardim público, quando o calor se anunciava

ainda tenho o limoeiro velhinho que dá fruto todo o ano, a enorme figueira foi a primeira a ser derrubada para construir a garangem...

:)

M. disse...

Gostei imenso deste teu texto em que falas de uma maneira tão bonita das árvores da tua infância e juventude.

jorge esteves disse...

Coitada da árvore (que da forca nunca viu corda...) que já não é, coitado do jardim que perdeu os robertos, o vendedor da banha-da-cobra e os cisnes e agora é devasso e árido...
Passo pelo Carregal e desço às Virtudes para esparramar o por-do-sol sobre o Douro...
Um abraço!

Licínia Quitério disse...

As árvores nossas amigas. Tão iguais a nós. Presas à Terra, crescendo para o Sol. Um dia cortam-nas. Cortam-nos.

Tão bonito este texto.

Um grande beijinho.

jorge esteves disse...

Conversas que me fizeram perder o tino da resposta: as 'Raças Humanas' perdia-as no tempo, mas procuro-as e quase sei onde as achar. Ficaram os rebuçados 'Victória', a lata e outras tantas coisas de ouro passado!...
E, um destes dias, vamos voltar ao Pedro Sem...
Afectos!

Teresa Durães disse...

as tílias onde um amigo meu teimava em ir buscas a flor para o chá e picou-me uma abelha (era noite, não a vi, enfiei-a no saco também). As oliveiras que trepei. O aroma dos pinheiros e eucaliptos. Os castanheiros que eram um perigo passar por baixo na altura da castanha, se cai o ouriço (e caiu), ai!, doi que doi!!

Laranjeiras, pereiras e maceeiras. Tudo lá da quinta. Pessegueiros e limoeiros. Não havia cerejeiras para pena minha mas a madeira é o melhor que dá, dizia o pai, não pega o bicho. Morro eu, morres tu e a madeira fica em barrote do tecto. Ele bem tentou ensinar a distinguir todo o tipo de madeiras pelos veios mas não consegui. Nos escuteiros era pelas folhas. Também não consegui :)

Distingo estas e vai lá vai! Precisei de as trepar ou tropeçar nelas. Preciso de um livro como o teu.

beijo

greentea disse...

lindo livro sse e essas árvores - dói-me quando vejo podar as árvores , deit´-las abaixo sem um motivo sequer.

um beijo de boa noite para ti

isabel mendes ferreira disse...

beijo..............




por agora estou no instinto....:)



até breve.

teresa g. disse...

Vou comprar um para oferecer ao meu presidente da junta! Para ver se deixa de vez de dar carecadas às pobres àrvores da freguesia (porque depois do chá que lhe dei voltou a repetir a dose, embora não tenha sido tão grave)

Obrigada pela lembrança, eu nem me tinha lembrado que dia era, estou a ficar velha eh eh!
Beijinhos

o alquimista disse...

Vivo numa ilha com vejetação luxuriante e sou um ferrenho defensor da natureza...tenho cinco jardins à volta da minha casa...está tudo dito, ou quase tudo...


Doce beijo

Anónimo disse...

(jardim da cordoria...e eu aqui tão perto.)

SAbes, tenho passado a hora do almoço a fotografar, árvores cortadas...

Não digo mais nada. Obrigada.

BFS.

Bjs

sa.ra disse...

"dias com árvores" foi um dos primeiros blogues que descobri!
fiquei encantada!

porque como dizes, não se trata de botânica pura e dura - os retratos das árvores têm alma, poesia, têm aquilo que deve ter!

às vezes visito-os! fico sempre deiliada com o trabalho que aquele blogue mostra, com o Amor que transpira!

não sabia que havia o livro!
:)

o teu texto está tão carregado de vida, da força da memória, do amor às árvores! dos dias com árvores!
beijo grande
tem um feliz fim-de-semana

Fátima Santos disse...

eu depois respondo ao teu saboroso mail, entretanto, vai ver isto que uma pesquisa me devolveu à primeira!belíssimo!

veritas disse...

Olá!

Deverias gostar de conhecer a quinta Raiz, em Aveiro. Era a antiga quinta do Jaime Magalhães Lima, onde ele fez umas experiências com eucaliptos. Tem árvores de grande porte fascinantes. É em Eixo, uma vila do distrito de Aveiro. Pertence à Portucel.

Bjs. Bom fim-de-semana.

mfc disse...

Na casa dos meua avós, à saída de casa para o jardim, havia duas cameleiras... uma vermelha e outra branca!!!
Há coisas que não se esquecem!

Julie Kertesz - me - moi - jk disse...

merci pour la visite!

Teresa David disse...

Também tu tens este talento de contadora de histórias que nos ajudam a engrandecer o nosso conhecimento e deliciar com as palavras bem construídas que aqui se podem ler. E as árvores são uma das minhas paixões logo foi um enorme prazer ler este post.
Bjs
TD

Kalinka disse...

A vida é só uma…breve ou longa, é uma incógnita!
Na minha imagem mostro uma espécie de relógio que significa o «tempo», e ele é muito importante em todas as vidas. Perseguir e alcançar a felicidade é o sonho humano mais desejado, pois todos temos direito a um quinhão de felicidade. Partilha comigo esta busca, perseguindo também a Felicidade.
Lamento não poder visitar este lindo espaço - blog durante a semana, mas, a promessa de cá vir ao fim de semana mantenho-a.

Beijokas.

ADORO LER-TE. Parabéns.

Moura disse...

Uma obra interessante e que acaba por ser um documento histórico, já que nos dias que correm as autarquias acabam por cortar sem dó nem piedade árvores que estão no imaginário de muitas pessoas acabando desse modo por ser mais que meras árvores.
Um abraço

Pitanga Doce disse...

Existe alguém que não goste de árvores? Quando por entre elas aparece o céu azul, quando balançam com o vento da primavera,quando se despem no outono? Alguém corta uma árvore sem pedir licença? Será? Mesmo quem cumpre o seu trabalho? Já nem falo do oxigênio mas sim da beleza visual, dos frutos...ih, ficava aqui a tarde inteira a escrever.

beijinhos e...por isso é que cuido da minha. hehe

vida de vidro disse...

Felizmente vivo numa terra onde as árvores abundam. E é um fascínio olhar as copas, os troncos.
Gostei muito deste teu texto. Lembraste-me as árvores de alguns momentos da minha vida. **

Non disse...

Hoje não li, tri-li. :)

Só me deu para assinalar a passagem e deixar um carinhoso beijo.

De quaresma? Sei lá? Que si ga o cranaval!...

:)

Zé-Viajante disse...

Há árvores e...árvores. Numa Vila onde temos milhões delas - e ainda bem - há umas tantas que só dão dores de cabeça (e algumas quedas)

o alquimista disse...

Estou à espera...

Um palhaço que não ri
A mentira escondida
Uma boneca de trapos
Numa viela perdida

Algures no firmamento
Existe uma alva estrela
Que te dá a luz da vida
Que te cobre de beleza


Alegre carnaval


Doce beijo

Anónimo disse...

Olá Bettips.Árvores.Que muitos querem abater mas eu não deixo.Tenho 3 no meu quintal, são pinheiros, sujam e sujam com as suas carumas o meu telheiro, entopem-me o algeroz.Um vizinho meu disse-me que arranjava alguém para tirá-las.Mas eu não sou capaz.Continuo com uma trabalheira dos diabos, até que os ossos me doam!

Agreste disse...

ideia interessante