Irão.
Não, não iremos nem irei.
É mesmo o Irão. Aquele país de que se fala, mal, e nos meteram na cabeça à força fazer parte do "eixo", qualquer que seja o que os US queiram sugerir.
Duma viagem cultural, uma amiga trouxe-me o itinerário dos 15 dias deslumbrantes que lá passou, dando a volta a todo o país. Escuso-me a falar do desenvolvimento duma civilização brilhante desde a Antiguidade, das cidades mongóis, das da Rota da Seda, da preciosa arqueologia recolhida, em museus ou ao ar livre, das cidades e da poesia persa, das mesquitas sumptuosas dos sultões, da Mesopotâmia, das montanhas e planícies, dos desertos, das grutas com baixos relevos, dos jardins, dos mausoléus.
Falo do que ela me disse ser a descoberta de um mundo diferente, rico em arte, gente amável e tranquila, tão diferente do que nos relatam os pressupostos comunicadores do Ocidente.
Não, não iremos nem irei.
É mesmo o Irão. Aquele país de que se fala, mal, e nos meteram na cabeça à força fazer parte do "eixo", qualquer que seja o que os US queiram sugerir.
Duma viagem cultural, uma amiga trouxe-me o itinerário dos 15 dias deslumbrantes que lá passou, dando a volta a todo o país. Escuso-me a falar do desenvolvimento duma civilização brilhante desde a Antiguidade, das cidades mongóis, das da Rota da Seda, da preciosa arqueologia recolhida, em museus ou ao ar livre, das cidades e da poesia persa, das mesquitas sumptuosas dos sultões, da Mesopotâmia, das montanhas e planícies, dos desertos, das grutas com baixos relevos, dos jardins, dos mausoléus.
Falo do que ela me disse ser a descoberta de um mundo diferente, rico em arte, gente amável e tranquila, tão diferente do que nos relatam os pressupostos comunicadores do Ocidente.
O postal da Grande Mesquita de Yazd, de cúpula azul, diz ter sido construída em 724 H (correspondendo ao ano 1345 da nossa era).
Esta antiga cidade de passagem de caravanas, teve enorme prosperidade até ao sec. XVII precisamente por ficar na Rota da Seda, que ligava o Mediterrâneo à China, através da India.
O outro postal mostra parte de um mausoléu do sec. XIV, em Soltanieh. As decorações têm todas um valor simbólico, reproduzindo letras de caligrafia artística, nomes de Alá e de preceitos islâmicos: representam a benção divina.
Como não precisamos de saber ler árabe para a receber, e pedindo a deferência de todos os deuses para o atribulado momento que a Humanidade atravessa, com ela ficamos todos abençoados.
31 comentários:
É realmente uma civilização muito antiga e culturalmente muito rica.
O povo deve ser como muitos outros povos: pessoas simples e afáveis, mais preocupadas com o dia a dia que com os jogos políticos.
Mas um regime teocrático, baseado na sharia, em que ainda se cortam mãos a quem rouba, e em que os mollahs têm sempre a última palavra em questões políticas, não me parece nada aceitável.
Um abraço.
Mais um belo texto. A substância e a musicalidade de sempre. A costumada poesia em jeito de prosa. Elegante português. Óptimas fotografias.
Irei ao Irão?
Nunca digo não.
De mesquitas já conheço várias não menos sumptuosas e célebres (a de Ayasofia – antiga basílica de Santa Sofia -, a deslumbrante Mesquita Azul e a não menos interessante Mesquita Suleymaniye)...
O sonho a concretizar proximamente – já para o ano, se lá chegar – é Angkor que um casal meu amigo me disse (e eu já confirmei, por aí) ser de suspender a respiação.
Eu gosto de ficar assim entalado e de respiração suspensa.
O Irão?
Já me contaram, quem lá esteve. Maravilhas, sim. Talvez calhe um dia.
Até breve.
Enganei-me em cima, ao falar dos dirigentes religiosos: no Irão são os ayathollas (não sei se é esta a grafia), e não os mollahs.
Deve ter sido uma bela viagem, essa que a tua amiga fez.
O mar sempre de fundo...
o mar que traz paz...
MAR
...MAR
CONVIDO-TE PARA LERES POESIA (da boa - Fernando Pessoa) SOBRE O MAR e, algumas fotos que captei em Março, de férias pelo sul de Portugal.
Bom fim de semana.
Beijitos.
Surpresa!
só mesmo o preconceito e a ignorância é que leva as pessoas pensarem que os países, por serem de origem árabe, têm de ser 'atrasados'... pois pois! E com este excelente texto/imagens fazes uma bela homenagem a uma rica cultura!!
bj
Gostei da "outra" maneira de olhar o Irão.
Beijinhos e Bom Wk
Cris
Dá vontade de lá ir não é? Pena é que tenha o lado negro que todos sabemos. É de perguntar como 1 civilização tão antiga e com 1 grande história, decaiu desta maneira.
Estes são os sonhos impossíveis, já.
Sobras-me tu com o teu olhar e o teu sentir para me conduzires aos lugares, de onde nos chegam tão tristes imagens.
Já agora, ainda há bem pouco tempo, vi, de Luanda, as mais belas imagens, recolhidas, agora, por cineastas ... brasileiros.
Continuamos a ver só o que convem...
Um abraço
"Falo (...)de um mundo diferente, rico em arte, gente amável e tranquila, tão diferente do que nos relatam os pressupostos comunicadores do Ocidente..."
... e dizes o necessário!
Os iranianos são persas e não árabes. Aí reside uma parte do problema na sua relação com os vizinhos árabes.
Independentemente disso, a arte muçulmana é muito bonito, nomeadamenete o suo de motivos geométricos na decoração e de frases religiosas.
Um abraço.
bettips,
belo texto sobre o desconhecido País que tanto engulho provoca no Sr.George.
Um bom fim de semana.
Um belo post, com informação e imagens que deixam antever a beleza dum país com tanta história.
Mas...a mim não me apanham por lá...
Beijinho
A denominada civilização ocidental, retrata as outras civilizações de um modo que não deixa lugar a dúvidas: "ou te ocidentalizas ou comes pela medida grande!" As diversas formas de antigos colonialismos, hoje tão condenadas pelo liberalismo ocidental, não acabaram. Têm outros nomes.
beijos e óptimo domingo!
Lindíssima ...
E assim viajamos pelo mundo, sem sair de casa, nas asas de sonho dos teus post :))))
Um beijinho
Boa semana . . .
Espero a sua visita.
bettips, é bom saber que há outras maneiras de ver as coisas.
Belo este olhar diferente. Gosto de viajar com as tuas palavras.
Beijinhos.
Há beleza em todo o lado e ela está no olhar de quem contempla. Gostei deste cantinho com assuntos diferentes, mais calmos e mais interessante do que aqueles que eu costumo comentar. A diversidade é importante e o respeito essencial.
Voltarei mais vezes
Nem tudo o que nos chega pela TV é verdadeiro. Há flores sob as pedras.
beijos
Olá, boa tarde; vim aqui para agradecer a sua passagem pela minha "casa" e deparo-me, maravilhada, com a beleza de imagens e da descrição da viagem dessa Amiga, que tenho a certeza foi deslumbrante. Obrigada pelo que me(nos) ensina e mostra.
Beijos da
Maria Mamede
Sempre me fascinou a cultura árabe e bem que gostaria de ir ao Irão. Não sei se terei tal oportunidade, mas do texto o que mais me ressaltou foi a memória da minha estadia de 15 dias em Marrocos, onde descobri um povo educado, gentil, onde mesmo no deserto, com a vantagem que tenho de dominar na perfeição o francês me apercebi que lêem e são atentos á cultura de uma forma geral. Como tão bem dizes que abismo com o que os US nos queiram impingir nas imagens de perigosos terroristas.
Bjs
TD
É claro que dá vontade de lá ir e este post serve, além de tudo, também da desmistificar essa imagem estereotipada com que conotamos o mundo árabe.
Mais uma vez gostei. E como:)
Deverá ter sido uma aventura e pêras, viajar tanto tempo e tão longamente por lá.
Bela edição.
Irão ou não. O trocadilho, engraçado na nossa tão traiçoeira língua, serviu para um proveitoso momento de reflexão acompanhado com belas imagens. É verdade, também, que sem o 'irão' ainda por estas bandas restam algumas referências dessas culturas que nos ilustram razoavelmente bem o seu valor.
Bom apontamento!
Abraço!
Ainda quero acreditar que o bom senso vai prevalecer e os homens vão entender, que pertencem todos ao mesmo. ...Oxalá!
http://video.google.com/videoplay?docid=1296126090432829344
Olá querida amiga colega, de profissão e desta grande tertúlia, que é a blogosfera.
Muito obrigado pela solidariedade de apareceres lá pelo meu canto, em frente à Sé de Leiria,e deixar um olá, que me fez bem.
Apesar do tempo do relógio e do calendário estar a ficar curto li e apreciei a tua preocupação na qualidade da informação que vais partilhando connosco...
Um grande abraço. Vou ao trabalho que se faz tarde.
António
(ai estes Sportinguistas que agora ninguém os cala. Passam aqui em frente a fazer uma chinfrineira que só visto e ouvido!)
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