terça-feira, fevereiro 24, 2009

Ainda as palmeiras




Havia na verdade duas palmeiras que orientavam o meu olhar de pequeno alcance.
À frente e atrás da casa.
Recordações nítidas.
Esta ainda existe porque o terreno serve de "estaleiro" a obras, depois de deitadas as casas antigas abaixo. Serão as obras de "S. Nunca", como diria a minha avó.
Por ela trepavam os gatos assustados quando o "Leão" - o cão da quinta - os perseguia.
As imagens têm um intervalo de várias décadas mas a árvore - e o insistente "eu" - somos as mesmas.
Crescemos, e ainda vivemos, com algo de identidade.
A outra palmeira era onde se escondia e me espiava o "lobo mau", sempre que me queriam dócil aos enganos. Desapareceu com um condomínio. Desapareceram todas as árvores.
Também os lobos maus se transformaram em gente comum.

11 comentários:

Maria disse...

Ou de como as nossas memórias de infância se vão esfumando nos tempos e morrem connosco...

Justine disse...

Como são verdadeiros- e simultaneamente duros e doces-os teus comentários!
O mundo que desaparece diante de nós e só ficam as sombras cá dentro. Os lobos que se multiplicam e deixaram de estar nas serras e nos contos...

tulipa disse...

Amiga, vim finalmente espreitar o teu cantinho.
Uma ausência forçada pelo meu novo estado de funcionária que regressa ao activo e acabaram-se os dias e dias à boa vida...não era bem assim, mas tinha todo o tempo do Mundo.
Por acaso hoje não trabalho, mas de agora em diante, apenas ao fim de semana poderei visitar-te.

Custa-me a perceber como é que muitas pessoas «vibram» com os melhores filmes, os melhores actores, as melhores actrizes, etc, quando geralmente nem sabem quem eles são, se lhes perguntarem em que filmes participaram ficarão engasgados...
Quem se interessa por cinema, além de assistir aos filmes, lê muito também sobre as histórias e os actores que estão envolvidos no filme.
Sou cinéfila assumida, adoro filmes!

Beijinhos e votos de boa semana.

P.H. disse...

Um blogue com bonitas fotos. Gostei

Cumprimentos

mdsol disse...

Entre a nostalgia e o desencanto? Whatever... falas bem do que sentes e do que compreendes. E, assim nos levas contigo...
:))

jawaa disse...

Bom guardarmos dentro de nós as imagens da infância porque tudo desaparece...
Um beijo

Maria P. disse...

As memórias que vivem connosco sempre...


Beijinho*

Alien8 disse...

Valham-nos as palmeiras, quero dizer, a identidade, Bettips.
Alguma identidade, também lembrada em fotos de épocas diversas.

Valeu a pena insistires :)

Beijos.

mena maya disse...

Hoje acho que era o lobo-mau a ter medo...

Essas palmeiras vão sempre abanar ao vento das tuas recordações de infância!
Beijinho

Anónimo disse...

Estou a ver o alcance da estória das palmeiras...
Mas, por outro lado, dá-me ideia que elas são, aqui e agora, um disfarce para se não reparar que os lobos maus viraram gente comum!...

M. disse...

Ainda o voo...