A construção do Mosteiro dedicado a S. Pedro, é reportada ao sec. X. Desde que a infanta D. Mafalda, filha de D. Sancho I, ali professou por volta de 1217 ou 1220, iniciou-se um período riquíssimo para a história do seu admirável espólio.
As meninas da nobreza que entravam no convento, levavam enxoval próprio, os seus dotes de terras, riquezas, mobílias e até criadas, para o noivado com Cristo. A infanta D. Mafalda foi beatificada, conservando-se a urna/relicário em ébano, cristal, prata e bronze, à vista, na Igreja do Mosteiro.
As meninas da nobreza que entravam no convento, levavam enxoval próprio, os seus dotes de terras, riquezas, mobílias e até criadas, para o noivado com Cristo. A infanta D. Mafalda foi beatificada, conservando-se a urna/relicário em ébano, cristal, prata e bronze, à vista, na Igreja do Mosteiro.
Sem pretensões de dar (ou receber) lições, sirvo-me unicamente destes dados para ilustrar as fotografias e os aspectos relevantes duma visita em detalhe. A compreensão das imagens está ligada a estes ciclos de vida.
Por exemplo: como viviam em clausura as freiras tinham em espaços comuns a representação, em azulejos, da vida secular, naturalmente filtrada pelo sagrado a que estavam devotadas. Doceiras de qualidade, estão agora recuperadas muitas das receitas dos mimos de então. As castanhas e morcelas doces, o manjar de língua, as roscas e charutos de amêndoa ou as barrigas de freira (Honni soit qui mal y pense!).
Em evidência na Igreja, além dos habituais motivos religiosos e um orgão lindíssimo, vê-se um cadeiral, em duas filas, esculpido e encimado por pinturas emolduradas por uma rica talha barroca.
Imponentes e dum valor artístico precioso e raro, são as peças reunidas e expostas no Museu de Arte Sacra, uma das melhores colecções do género em ourivesaria, pintura, mobiliário, peças de uso litúrgico, manuscritos, livros religiosos e tapeçarias.
Donde sairei com os olhos em regalo e arregalados de imponência, ansiando a vista dos montes, em quase beatitude.
Por exemplo: como viviam em clausura as freiras tinham em espaços comuns a representação, em azulejos, da vida secular, naturalmente filtrada pelo sagrado a que estavam devotadas. Doceiras de qualidade, estão agora recuperadas muitas das receitas dos mimos de então. As castanhas e morcelas doces, o manjar de língua, as roscas e charutos de amêndoa ou as barrigas de freira (Honni soit qui mal y pense!).
Em evidência na Igreja, além dos habituais motivos religiosos e um orgão lindíssimo, vê-se um cadeiral, em duas filas, esculpido e encimado por pinturas emolduradas por uma rica talha barroca.
Imponentes e dum valor artístico precioso e raro, são as peças reunidas e expostas no Museu de Arte Sacra, uma das melhores colecções do género em ourivesaria, pintura, mobiliário, peças de uso litúrgico, manuscritos, livros religiosos e tapeçarias.
Donde sairei com os olhos em regalo e arregalados de imponência, ansiando a vista dos montes, em quase beatitude.
Espero o milagre da terra que me compensará da vacuidade dos seres humanos e as suas exuberantes - neste caso, lindas - expressões de vaidade.
6 comentários:
Que beleza este mosteiro que não conheço pessoalmente mas passei a ter uma ideia clara através das tuas imagens e palavras.
Lindo mesmo!
Bjs
TD
Uma revolução é a transformação, o evoluir de algo nas suas mais variadas “formas”. Abril trouxe-nos a liberdade de pensamento, de expressão…Tanto, ou tão pouco. E transformaste-a em Belo… e por isso te agradeço a tua visita guiada.
O passado da Igreja nem sempre foi/ é feito de glória, imagem do pensar dos tempos. Todavia, deixou-nos um passado histórico precioso e extraordinário, passando pela literatura, arquitectura, arte sacra, música (que seria de nós sem Buxtehude, Bach, Pergolesi… Mozart, Fauré e tantos outros?)… e doçaria, à qual está ligada a história dos descobrimentos… e a explicação cultural do excesso de gemas de ovos.
Este foi o comentário possível ao texto de alguém que aprecio ler, sem pretensões de dar lições, servindo-me apenas da pequeníssima cultura que tenho e de alguma memória.
Uma beijufa ternurenta
Já fui algumas vezes a Arouca para comer o cabrito e o pão de ló (que é divinal), mas nunca fui ao mosteiro. Deixaste-me com vontade de lá voltar.
os lugares que uma pessoa visita na tua companhia! lugares e tempos!
isto é que é viajar!
obrigada!
:)
beijocas!
dia muito feliz!
Lugares a visitar... Fazes crescer água nas nossas bocas.
A biblioteca joanina é das
obras MAIS BELAS DE PORTUGAl ...
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