quarta-feira, julho 02, 2008

Tardes com Árvores I








A partir dum Verão qualquer, encontrei um grupo: que se preocupava com plantas, flores, árvores, cidades sem elas.
Era o tempo da calçada tradicional da Av. dos Aliados ser retirada, levando canteiros e jardins; e a propósito dessa avenida - incaracterizada agora - os conheci.

Nas raízes deles descobri - e explorei - este mundo virtual, de trocas afectivas, de alertas, outros olhares de simplicidade, sem negócios à vista.
Três pessoas quase anónimas, imensas: a Maria, o Paulo, a Manuela.
Publicaram dois livros sobre o amor - das árvores, da cidade, do Porto. E desde 30 de Junho de 2004 que nos dão os seus diversos olhares pela Natureza.

Ontem percebi que o tempo de visitar o correio das notícias no "Dias Com Árvores" (http://dias-com-arvores.blogspot.com/) ia acabar.
Fiquei com uma pena imensa. Que nem se explica. Até agora, vinte e tal pessoas lamentaram: uma gota de água de gente num oceano de conhecimentos.
A tarde que há um ano reuniu algumas dezenas de pessoas, a pé num caminho de alegres saberes, pela Cordoaria e Palácio, ficou registada.
Deixá-la-ei aqui como agradecimento a esses Amigos: pela sua generosidade militante, pelo autêntico serviço comunitário que nos prestaram.

Todo o tempo é finito: quereríamos que o que é bom durasse mais.
Ou se multiplicasse.
Quem ainda nos levará, pela mão que pensa, à inocência das coisas da terra?

7 comentários:

Paulo disse...

Bettips, também eu assinaria uma petição para que o Dias com árvores não acabasse. Mas o mais importante é a obra que lá está e o descanso que eles merecem. Agradecemos-lhes sempre pelo que fizeram e desejamos-lhes felicidades. E talvez um dia a saudade os faça voltar.

M. disse...

Tão bonito o que aqui escreveste, Bettips!

Maria Carvalho disse...

Obrigada pela gentileza com que tem aliviado as nossas saudades da azáfama do dias-com-árvores e, sobretudo, dos nossos leitores. E saiba que todas as manhãs a visito, é um regalo ler o que escreve.

Anónimo disse...

Dei-me conta que chorava
pela avó
pela mãe
pelo filho
pelas árvores
pelos sítios
pelas distâncias
por mim
por todos
os passados os ausentes
os presentes e os dissidentes
da vida.
B

Anónimo disse...

Compreendo muito bem a tua saudade.
Como compreendo as "trocas afectivas" e os "olhares de simplicidade sem negócios à vista".
("Sem negócios à vista" - repito, pois achei bestial a tua expressão)
Mesmo já tendo tido já graves (e evitáveis) desilusões, teimoso que sou, sigo em frente e continuo a ser o que me parece que as pessoas merecem (genuíno e sincero).
Abraço
jl

Anónimo disse...

No segundo parágrafo deixei repetido um "já".
Retira o que te der mais jeito e desculpa.
Até...
jl

jawaa disse...

Acabo de passar pelo PPP e fico emocionada com o teu carinho. Obrigada sempre, nós, mães, é assim, como nos compreendemos!
Mas a inquietação também é dele, é um gesto antigo de nervosito...
Tenho de pedir desculpa por nem sempre corresponder nas visitas - melhor, nos comentários - pois o tempo não dá para andar sempre por aqui e muito menos comentar.
Meu marido, avesso a máquinas inteligentes de que tem medo, diz a brincar, reclama com as horas que apesar de tudo por aqui passo.
As tuas imagens, os teus escritos tocam a alma.
És um doce. Uma linda.
Boa semana, um abraço apertado