terça-feira, fevereiro 03, 2009

Rebanho e pedras frias



Com este desagrado à solta, apascento o meu rebanho de pensamentos e encolho-me.
Arrepiada, na farda comum.
Quando não posso andar por cima dos obstáculos, tento rodeá-los.
É assim que me sinto "arrebanhada".
É quando e quanto.




Leio por aí e ouço.
Que spas que pedras quentes que banhos de chocolate.
Que zens que provas.
Que ***** (e mais) estrelas. Fazem-se, diz-se.
Há sem dúvida um núcleo duro e rico que desconhecemos.
Vemos os n e w carros e as casas fortificadas num relance.
Para eles se publicam as revistas.
A gente fica a ler.

24 comentários:

Maria disse...

Estamos a ficar nostálgicos e acinzentados, como o tempo, com tudo o que se vai passando.
Virá o tempo de reagir. Com o sol. Com as flores...
... e aí correremos num belo campo cheio de papoilas vermelhas...

Um beijo

Arábica disse...

Bettips


Dêem-me os montes, as cabras, o pastoreio, o doce murmurar do ribeiro, a água da fonte pura, dêem-me o perfume das campinas,
o soar do sino distante, o calor do azinho a meus pés...

A eles (os tais outros) deixarei tudo o resto :)


Beijo, querida Bettips

Fernanda disse...

Spas de 5 estrelas,...é ter um corpo onde lá dentro more a liberdade e a paz...
E, quando abrimos as nossas duas janelas,...o sol, os rebanhos, os rios, as montanhas, os caminhos e as casas com fumo a sair das chaminés...nos "arrebanham"...e fazem-nos sentir,...o quanto a vida é bonita.

Uma boa semana

Nota:O nosso país é lindo,...daí as fotos serem todas tão bonitas.:)

Alien8 disse...

Bettips,

Sempre é melhor que "A gente não lê", como canta o Rui Veloso...

Apascentemos os nossos rebanhos por entre pedras duras e frias, porém belas, olhemos a paisagem como quem olha para as fotos do teu post, caminhemos indiferentes a spas e carros n e w e casas fortificadas e estrelas de revistas. Cantemos com Caetano, também Veloso:

"O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça.
Quem lê tanta notícia?
Eu vou!" ("Alegria, Alegria")

("Caminhando contra o vento...")

Abraço.

mdsol disse...

Bettips

Acho que te entendo. Quando "esta " realidade é muita... nada como voltar a lugares que, pelo menos para nós, têm a marca da honradez, da lisura e do que "ergue" alto o ser humano.

:))))

Anónimo disse...

E os contrastes são cada vez mais acentuados...
É uma estranha via socializante!

Até quando?

jl

Teresa Durães disse...

e andam tão perdidos os hábitos e vivências antigos. Agora tudo é de plástico

Licínia Quitério disse...

Hoje assistimos à revolta maior. A das pedras e das águas, há muito aprisionadas pelos donos dos rebanhos. Revolta que ensinará aos gados o caminho das pastagens onde a gula não pode ter lugar.

Um beijo, Campesina.

Alberto Oliveira disse...

... com olhos de carneiro mal-morto mirou o rebanho de cabras (ou seriam ovelhas?) e resmungou "só me faltavam estas no meio da estrada e eu atrasadíssimo! Ó pastor! isso é para hoje ou quer fazer serão?"
Zé d´Adélia assomou-se ao pé da bruta máquina metalizada e não se fez rogado "Não me diga que é vocemecê que me vai pagar as horas extraordinárias?! eu bem tinha dito à minha Adélia que Portugal estava a mudar!!" e começou aos pulos de contentamento...

... para grande espanto da Ovelha Ranhosa - ovelha entre as ovelhas (ou cabras?) que face a tal despautério pastorício ligou os motores e voou para o Papel de Fantasia



beijinhos e sorrisos.

Justine disse...

Quantos spas não valem as caminhadas pelas pedras de uma montanha? Ou encontrar ainda um rebanho à solta? Abaixo as prisões, sejam elas de luxo ou aparentadas!
Abracinho cheio de ar puro:)

Era uma vez um Girassol disse...

Da vermelha Alhambra, por ti fotografada com tanta mestria, até às pedras frias, com belos textos de esperança...
Muito bonito, querida Bettips, é um gosto ler-te e aprecir as tuas fotos!!!!!
Com uma malvada gripe cá vou andando...
Beijinhos da flor

A Lusitânia disse...

eu fico-me a olhar as tuas pedras e a pensar no que estás a dizer ...
sim, frios andam os dias

Unknown disse...

:))))))))))))

que belo re/encontro!

mas não te vejo arrebanhada... não sei...
claro que gosto mais deste local q fotografaste do que qualquer spa, condomínio fechado ou qq outra coisa de topo de gama:)

beijo

vida de vidro disse...

Pois é. O fosso sente-se cada vez mais. E nós encolhidos. Mas dêem-me as pedras e os campos. Só que é necessário sobreviver... **

Rogéryo de Sá disse...

Vi encontrar no seu blogue, bettips, excelentes fotografias que muito bem retratam aquilo sobre o que eu procuro reflectir: o que é Portugal hoje?
Dir-me-á, e bem, um tratadista: é paisagem física (traduza-se: penedio e fortificações abandonadas) e humana (traduza-se uma vez mais: rebanhos).
Embora me arrisque a parecer cínico, creia que ainda acredito em Portugal.

hfm disse...

A primeira das pedras cortou-me a respiração.

mena maya disse...

"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Uma maneira poética e positiva de encarar o problema, de não perder a esperança de acreditar no futuro!
Também me agarro a ela...

Mas que não nos livra do eterno dilema,
uns com tudo,
nós com assim-assim,
e os outros, cada vez mais, com nada.

Foi assim, é assim e assim será, enquanto o dinheiro for rei, ou até que os com nada, que nadíssima têm a perder, sejam tantos que se dê a Revolta!

"Revolta que ensinará aos gados o caminho das pastagens onde a gula não pode ter lugar",
como muitíssimo bem disse a Licínia!

Mas que depois a história não se repita e que por algum milagre acabe a exploração do homem pelo homem!

Utopia?

Lindíssimas as tuas fotos!
Beijinho

mdsol disse...

[linda Bettips
inadvertidamente apaguei um comentário teu lá no branco. Desculpa. Foi sem querer... e, como de blogs e tal só sei mesmo o caminho das pedras, mesmo com ele no mail não sou capaz de o "republicar".
beijinho
:))]

Maria P. disse...

É entre o frio e a chuva que regresso, devagar...

Beijinho*

Manuel Veiga disse...

compreendo a tentação de rodear os obstáculos. e fugir para as pedras.

... mas há que ajudar a "tresmalhar" rebanhos!

grato pela tua presença amiga no "relógiodependulo".

beijo

dona tela disse...

Andamos para aqui a fazer catarses, é o que é.

teresa g. disse...

Eu não leio. Só no consultório do dentista quando me esqueço de levar um livro. E quando isso acontece fico agoniada, não sei muito bem se é do cheiro da anestesia, ou das revistas.

Nem me lembro que eles existem, a maioria das vezes, no meio das minhas pedras. Se calhar é fazer como a avestruz, sei lá...

Bjinho

jawaa disse...

Olá Bettips, o tempo não ajuda os pobres pastores que apascentam as ovelhas, quanto mais nós... apascentando outro tipo de gado!
Abraço

M. disse...

Se calhar rodear os obstáculos magoa menos.