Citação de Maria Helena Vieira da Silva:
"Procuro pintar algo dos espaços, dos ritmos, dos movimentos das coisas."
Amplamente reconhecida e premiada em França, Helena seguiu, de longe e sempre, o sentimento da pátria sua. Após o 25 de Abril, fez dois cartazes sobre a Revolução que a Fundação Calouste Gulbenkian editou.
A Fundação Árpád Szénes-Vieira da Silva foi criada em seu nome, em 1990, num edifício da antiga Fábrica das Sedas, no Jardim das Amoreiras.
Um lugar preservado e de acordo com estas figuras míticas, do amor e da arte.
Em quatro dos seus últimos quadros "A luta com o Anjo" (1992), Maria Helena Vieira da Silva encontra a luz que tanto procurou nos seus labirintos.
Uma mulher com uma certeza espiritual.
Morre em Paris, em 6 de Março de 1992.
sexta-feira, março 06, 2009
A Pintura - A Pintora
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M.Helena Vieira da Silva
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10 comentários:
Acho que MHVS gostaria de te ouvir falar assim dela.
Infelizmente há tradições que se mantêm, Bettips. Este país continua pequeno e mesquinho para quem é verdadeiramente grande. Quantos falsos génios andam por aí, com cargos de poder, martirizando-nos? Quem é grande e não aguenta a claustrofobia não tem outro remédio senão partir, se não for expulso antes. Precisaremos de os (e as) nomear?
Concordo com M.
MHVS deveria gostar de ler estas palavras mansas e leves, tão doces e essenciais...
:))
Gosto bastante de Vieira da Silva
um dos meus locais de culto. em Lisboa...
excelente evocação.
beijos
Bela homenagem a alguem que nasceu portuguesa mas morreu francesa. Todas as homenagens prestadas nunca são demais a quem, como ela,soube imortalizar a arte portuguesa e espalhar o nome de Portugal por esse mundo fora.
No dia 13 de Junho de 2008, dia em que teria feito 100 anos, se ainda estivesse entre os vivos, também lhe prestei uma pequena homenagem que poderá ser lida aqui:
http://pratosecaixas.blogspot.com/2008/06/maria-helena-vieira-da-silva.html.
Um abraço para ti.
Mais uma justa homenagem e o implícito recordar de mais uma (entre tantas) desatenção (?) do regime anterior.
(Agora que umas "arranhadelas" me fizeram ocupar-me um pouquito de mim é que te lembraste de desatar a produzir a uma velocidade vertiginosa?)
Uma Grande Mulher. Falas dela, como de tudo, com "sensibilidade e bom-senso". É um lugar tão belo este!
Um beijo, B.
Neste dia de lembrança de lutas antigas que ainda é preciso continuar,sabe bem ouvir a ternura com que falas de Vieira da Silva, a mulher dos labirintos iluminados.
Beijo para ti
Bettips,
Uma mais do que justa homenagem a outra genial figura desterrada por aquela coisa a que costumávamos chamar "obscurantismo" (eu continuo). O qual fazia parte integrante de outro "ismo" que hoje parece ter caído em desuso, em favor de "regime autoritário" e até de "democracia musculada", pasme-se!
Como se eles próprios, enquanto a palavra não se tornou inconveniente, não o designassem precisamente por "fascismo", com todo o orgulho de estarem sós...
Como se um outro pintor não tivesse sido assassinado...
Como se não tivesse havido camisas negras...
Como se o "corporativismo" a la Mussolini nunca tivesse existido...
Como se não fosse um "S" a fivela do cinto dos calções da farda da "Mocidade Portuguesa"...
Como se as colónias não tivessem passado a chamar-se "províncias ultramarinas"...
Como se a senhora Supico Pinto fosse um nome desconhecido...
Como se isso e muito mais não estivesse escrito e filmado...
Como se não conhecêssemos de gingeira a técnica da limpeza da imagem e da lavagem dos factos...
Como se Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes tivessem sido invisíveis, da forma que eles desejaram que o fossem as suas obras...
E pur si muove!
Bom, já me excedi... ou talvez não.
Um beijo.
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