Como árvore que procura. E dá.
A liberdade sai-lhe da terra e vem-lhe do ar. Custa até vê-la torcer-se em busca do seu sítio. Por fora da raiz parece rastejar mas os ramos, as hastes, essas vão para o alto.
Foi esta a minha foto há um mês no PPP, sensivelmente igual à sombra em que me sento, ou sinto, hoje.
Segundo a informação que ouvi nessa altura, Gaudi planeou as colunas - elas também árvores de sulcos e ondas - respeitando o lugar desta árvore que já existia ali.
Na casa onde habitou algum tempo e hoje é Museu, pude apreciar ainda as alegorias do espírito, os desenhos e esquissos, as mil formas de arte em madeira, em vidro, em estuque, em ferro. Tentando seguir-lhe o pensamento e sabendo-o um asceta e profundamente religioso.
Perguntei-me isso mesmo na Catedral, ao olhar os frutos que encimam torres de pedra rendada: será esta a "religião primitiva", a que sacraliza a Natureza e religa a Terra e o homem ao seu estado natural?
7 comentários:
não existe nada de divino, é tudo um, o resto é zero.
Que imagens fantásticas!! Amei andar por aqui.
jinhos
Ana Paula
isso não é uma árvore...
isso é a vida.
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De facto Gaudi é inesquecível (não sei se irrepetível): a obra dele é mesmo um hino à vida e à natureza.
No meu pasmo, nas várias frentes da Sagrada Família, também me questionei sobre algo do género.
Era um romântico, depois-da-letra. Sem medo de torcidos nem de patines.
A história da árvore comove. Assim se faz a diferença entre seres como ele e os patos bravos e politiqueiros das construções que autorizam desbastes-genocídios para os resortes e condomínios dos amigos.
Dos mais belos ferros trabalhados da vida.
Especial, o teu olhar sobre Gaudi.
Sendo ele um ferveroso católico não sei muito bem onde se encaixa a arte dele. (Talvez fosse um ferveroso católico desalinhado!)
Talvez seja este primitivismo que leva muitos a desdenhar da arte dele. Eu gosto.
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